Capítulo Dezesseis

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Levantei, ainda chorava muito. Caminhei até Luke, que parecia inconsolável. Ele tinha saído do galpão e caminhado uma pequena distância na areia, Alex era o seu melhor amigo. Eu mal podia imaginar, considerando a dor que eu estava sentindo.

— Luke, espera! — Ele parou.

— Ele era meu irmão. — Luke falou assim que o abracei. — Era meu melhor amigo!

— Eu sei. — Minha voz saiu abafada dentro do abraço. — Sinto muito. — Minha camisa já estava molhada com as lágrimas dele.

— O que vamos fazer agora? — Ele falava, ainda soluçando de tanto chorar.

— Também não sei. — Foi tudo o que consegui responder. — Vamos ter que seguir em frente.

Eu tinha ficado abraçada com o Luke por alguns minutos e não conseguia imaginar o que ele estava passando. Ainda não conseguia acreditar que o Alex tinha morrido, não conseguia acreditar em nada do que tinha acontecido nas últimas horas. Eles tinham levado a Liz e eu só esperava que ela estivesse bem agora, e que ela soubesse que faríamos tudo para trazê-la de volta.

Voltamos para o galpão depois de um tempo. James e Mitt estavam lá fora e podíamos ouvi-los conversando. Victoria e Vanessa tinham encontrado algumas flores dentro do próprio galpão e as juntavam em uma pilha.

- Acho que ele merece um enterro digno. — Vanessa parecia abatida.

- Eu concordo. — Respondi.

- Decidimos cavar atrás do galpão. — James voltava para perto de nós, guardando as pás que ele e o Mitt tinham usado. Mitt vinha logo atrás dele, limpando a areia da calça.

- Vamos começar? — Mitt perguntou.

Não houve uma resposta em forma de palavras. Apenas começamos a fazer o que tínhamos que fazer. James e Luke ajudaram a levar o corpo do Alex para fora, ao lado do lugar onde seria enterrado. Eu e o Mitt ajudamos as meninas a levar as flores para lá, Victoria havia nos contado que flores eram muito boas para lavar a alma de pessoas que morriam, e que o enterro da sua avó havia sido cheio delas, pegamos o maior número possível de flores para o Alex.

— E agora? — Vanessa falou, assim que nos reunimos ao redor do corpo do Alex.

Não tínhamos experiência com aquilo, nunca pensamos que teríamos que enterrar um de nossos amigos, meu pai nunca havia falado sobre enterros com a gente. Tudo que eu sabia era que eu sentia que um pedaço do meu coração seria enterrado junto com o Alex, e eu nunca mais voltaria ao normal, sempre iria pensar naquele momento, sempre sentiria falta do Alex.

— Vocês podem falar alguma coisa sobre ele. — Victoria começou a falar ao perceber que estávamos um pouco perdidos. — O que vocês mais gostavam nele, de que vão sentir falta, e aí... Enquanto vão falando, podem colocar as flores.

— Tudo bem. — James pegou algumas flores do monte que nós tínhamos trazido e começou a falar. — O Alex foi a pessoa mais inteligente que eu conheci... E vou sentir muita falta dele. Era como um irmão para mim, e para todos nós.

O James colocou algumas flores em cima do corpo do Alex e voltou para o seu lugar. O Mitt foi o próximo, pegando algumas flores e fazendo a mesma coisa que o James.

— Vou sentir muito a sua falta, irmão. — Mitt não era de falar muito em momentos difíceis, mas eu sabia que ele tinha dito aquelas palavras com muita verdade. Todos nós gostávamos muito do Alex.

— Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo. E sinto muito por não poder ter feito mais. — Coloquei algumas flores em cima do corpo do Alex. — Vou sentir muito a sua falta, obrigada por tudo, principalmente ter nos ajudado a chegar até aqui.

Depois do Fim do MundoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora