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"Decidimos descansar um pouco. E, sentados na grama macia, ficamos a admirar o lugar. Estávamos em uma clareira maravilhosa. Como ainda era manhã, o orvalho ainda estava cobrindo as folhas das árvores. Os raios do sol, apesar de tímidos pela época do ano, se refletiam nas pequenas gotas criando um mundo de luz, digno da mais bela pintura. "

"Apesar do lugar extraordinário, havia uma cena que me chamava mais a atenção. Sim, meus filhos, Carmilla. Qualquer paisagem parecei ofuscada perto da beleza da minha amada. Ela, ao notar que eu a observava, se levantou e foi em direção a uma roseira que estava em flor. "

— Veja John! Que rosas maravilhosas! E que perfume exalam! Vou levar uma para você sentir o ­— um grito agudo ecoou pela clareira ao mesmo tempo que Carmilla recolhia a mão e levava o dedo à boca.

— O que houve Carmilla? — Eu disse já me levantando e indo na sua direção.

— Hm ... não é nada, apenas espetei o meu dedo em um espinho. Como sou tola!

— De modo algum és tola. Isso acontece, deixe-me ver o ferimento.

— Já lhe disse, não foi nada. Mas se insiste, veja por si mesmo.

"Nesse momento, fui segurar sua mão a fim de verificar o seu dedo. Mas algo estranho ocorreu, ao encostar no seu pulso direito, Carmilla solto um grito de dor e imediatamente retirou o braço. "

— O que foi Carmilla? Por acaso também machucou o seu pulso?

— Não, isso não foi agora. Já estava assim...

"Ela, ao ver meu olhar intrigado levantou um pouco a manga da blusa que cobria o braço direito para me mostrar o ferimento. Quando vi o que lá se escondia perdi completamente o fôlego. "

"Na minha mente ecoava algo dito por Gustav no dia anterior: os cadáveres eram encontrados sem sangue e com furos no corpo. "

"... furos no corpo..."

"... furos..."

"Exatamente na direção de uma saliente veia no pulso de Carmilla havia dois furos, pequenos, mas profundos e com as bordas arroxeadas. "

— Meu Deus, Carmilla! Há quanto tempo seu braço esta dessa forma?

— Desde... desde hoje de manhã. Foi a primeira vez que reparei nessa ferida horrenda.

— E porque você não disse nada ao seu irmão? Você sabe o que isso significa, não sabe?

— Eu sei! — Disse ela começando a chorar. — Eu sei o que isso quer dizer, e é justamente por esse motivo que não quis dizer nada ao Gustav. Ele já está muito nervoso com essa história toda. Mas eu vou falar! Estou só reunindo coragem para isso. Ele vai se irritar muito e eu... eu...

"Nessa hora ela começou a chorar tanto que me vi sem reação. Então lentamente a abracei e deixei que ela chorasse à vontade. Passados alguns minutos, vendo que ela já estava melhor olhei para seu rosto e disse: "

— Não se preocupe, quando seu irmão voltar eu mesmo falo com ele, se você preferir. O que acha?

— Você... você faria isso por mim?

"Estávamos tão perto que não precisei responder. A luz refletia nos olhos dela de uma forma tão única que era difícil perceber se os raios vinham do sol ou do seu cabelo loiro. Nos aproximamos ainda mais e nossos lábios se encontraram. "

"Ainda hoje sonho com esse beijo. Não foi o primeiro beijo da minha vida, certamente não foi o último, mas foi o mais importante. Eu sabia, naquele momento que jamais esqueceria aquele momento. "

Tom e outras histórias de horrorDove le storie prendono vita. Scoprilo ora