Capítulo 2

1.9K 167 56
                                    

     

           POV Bianca Andrade

— Você está brincando comigo. — Flay fez uma pausa com seu dry martini a meio caminho da boca.

Mariana parecia igualmente chocada, mas tomou mais um gole de sua
bebida.

— Não estou brincando. — Balancei a cabeça e sorri.

— Por que não disse nada antes?
— Perguntou Flay. — Vi você hoje
cedo no escritório e não me disse nada sobre isso!

Eu e Flay trabalhamos juntas na Shine PR, a empresa de marketing e
relações públicas que abrimos juntas no ano passado. Sua graduação em psicologia e marketing e sua experiência em publicidade combinaram bem com minha
experiência em relações públicas e sociais  a nossa pequena empresa era um grande sucesso até o momento.

Nós contratamos uma assistente para gerenciar mídias sociais para vários clientes e planejávamos contratar outra para o próximo ano.

— Porque estávamos ocupadas hoje cedo e você esteve com clientes a
tarde toda. Achei melhor esperar para dizer agora à noite.

— Bem, que bom que você esperou
— Mariana disse na frente de Flay.

Era quarta-feira, dia em que fazíamos nossos encontros de amigas, e estávamos no Buhl Bar, um pouco mais cedo do que o habitual, pois eu tinha que participar de um evento beneficente do meu pai mais tarde.

— Agora que vocês trabalham
juntas e se veem todos os dias — Mariana continuou —, eu tenho medo de estar perdendo metade das fofocas. Então ele fez o pedido?

Eu balancei a cabeça, assentindo.
— De joelhos, com uma aliança chique de diamantes.

— Que surpresa! — exclamou Mariana.

— Que merda! — Foi a vez de Flay.
— Espero que você tenha dito a ele
para enfiar a aliança onde o sol não bate.

Balancei meu copo de gin martini e respondi com certo cuidado.
— Eu não fiz nada disso. Fui gentil e compreensiva e, calmamente, o
mandei embora.

— Por quê? — Flay continuou a olhar para mim com os grandes olhos
pretos. — Ele foi um idiota.

— Porque eu tenho bons modos. Sim, ele foi um idiota — admiti. — Mas
ele reconheceu isso. Disse que estava arrependido e basicamente me implorou para voltar. Ele disse um monte de coisas boas, na verdade.

O olhar de Flay me deixou desconfortável e eu me concentrei na bebida. Ela me conhecia muito bem. Esse é o problema quando você é a melhor amiga de alguém desde o nono ano, mesmo alguém como eu  geralmente uma especialista
em ocultar sentimentos  essa pessoa te conhece muito bem.

— Bom, é legal que ele finalmente tenha percebido o que tinha — disse
Mariana, sempre otimista. — Mesmo que tenha sido um pouco tarde demais.

— É tarde demais? — Eu me atrevi a perguntar, dando expressão à
pergunta que estava na minha cabeça desde a noite passada.

Fiquei em silêncio enquanto elas registravam o que eu tinha dito.

— Como assim? — O tom de Flay não era dos mais amigáveis, tinha um
ar de eu sei o que você quer dizer, mas não pode ter dito isso.

— Quero dizer: você acha que é tarde demais para nós?

— Porra, eu acho, sim — ela bateu um punho na mesa e um pouco da
minha bebida derramou.

— Bem, espere. Talvez não — Mariana respondeu, melancolicamente. — Eu
adoro um amor que precisa de uma segunda chance.

Depois Que Caímos #Rabia G!PWhere stories live. Discover now