Capítulo 21

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            POV Bianca Andrade

A viagem de volta para o chalé foi pura agonia. Eu não podia acreditar no jeito com que ela tinha me tratado. Minha cabeça estava fritando!

Era só sexo. Era?

Mas ela esperou três anos. Ela veio atrás de mim. Ela me pediu para ficar. Ela confiava em mim.
Ela compartilhou sentimentos profundamente íntimos.
Não era só sexo! Então o que diabos foi aquela retirada repentina? Eu atormentei meu cérebro, tentando juntar os pedaços.

Teria fingido ser um bom rapaz? Essa idiota que estava ao meu lado era a
verdadeira Rafaella Kalimann? Tinha feito tudo aquilo durante uma semana apenas para me levar para a cama? Achei difícil de acreditar, mas eu estava cambaleando.

Uma, duas horas atrás, nós estávamos rindo, nos beijando e conversando.

O que havia acontecido de errado? Ela tinha um pênis isso a tornava igual aos homens idiotas manipuladores? Eu não podia aceitar que Rafaella era como Diogo.

Talvez ter relações sexuais na cabana tenha sido demais para ela. Talvez
ela se sentisse infiel. Talvez ela se sentisse culpada por ter gostado tanto. Apesar do que ela havia dito, houve algo diferente no sexo desta noite. Algo intenso, reale grande. Algo bom. Eu senti e ela deve ter sentido também.

Olhei para ela de novo e notei a habitual linguagem corporal e expressão teimosa pelo canto do olho. Mas havia algo mais... ela batia a mão direita com nervosismo na coxa. Eu nunca tinha visto isso antes. Algo a feriu. Algo a estava deixando nervosa, até mesmo assustada.

É isso aí. Isso me atingiu de uma só vez. Seu maior medo, soltar seu passado. Talvez ela tenha começado a soltá-la. E isso a aterrorizava. Um pouco de tristeza moderou minha raiva. Por que ela se tortura assim?

Por que não se perdoa e segue em frente? Por que não me deixa ajudar? Por que era tão leal à sua dor? E depois de tudo que ela me disse, achava que eu não podia perceber o que ela estava fazendo?

Queria sacudi-la. Abraçá-la. Gritar com ela. Suplicar para ela. Acusá-la até que ela admitisse a verdade, ela sentia algo por mim. Mas de que adiantaria? Ela nunca admitiria isso. De fato, pressioná-la assim só faria com que ela recuasse ainda mais. Era impossível. Até que ela tomasse a decisão consciente de seguir em frente, não havia nada que eu pudesse fazer. E se os últimos dias não tinham sido suficientes para convencê-la, tinha de enfrentar o fato de que talvez não fosse acontecer.

Controlando as lágrimas quando
ela parou na casa, levei a mão à maçaneta da porta antes que a caminhonete parasse de se mover.

— Bianca. — Congelei. Recusei-me a olhar para ela. — Só quero que
você saiba. Eu... — ela lutou por palavras. — Eu me diverti muito com você.

— Ah, meu Deus. — Agora eu olhei para ela. Suas palavras pareciam uma bofetada no meu rosto. — Mesmo? Isso é o que você tem para me dizer agora?

Ela ficou me observando. — O que você quer que eu diga?

— Quero que você admita a verdade! — Gritei, amaldiçoando as lágrimas que não iriam parar. Quando eu tinha me tornado tão sentimental? — Você sente algo por mim e está com medo disso.

— Não me diga o que eu sinto — disse ela com raiva, inquieta em seu
assento. — Você não tem ideia de como eu sou.

— Você está certa, eu não sei. Mas sei que você está escolhendo ser assim.
Fechada. Triste. Sozinha. — Passei as costas da mão no nariz e suavizei minha voz. — Não tem que ser assim. Nós poderíamos ficar bem se você se
deixasse seguir em frente.

Depois Que Caímos #Rabia G!POnde as histórias ganham vida. Descobre agora