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T A I L A  M O R A I S

- Oh me desculpe pelo Ramon. - Cíntia pede.

- Tudo bem, já entendi a intenção dele, vou ficar longe.

- Ele é legal.

- Bom, ele não me mostrou isso.

- Para menino. - Ouvimos uma voz feminina.

Matheus entra de mãos dadas com uma garota.

Eu olho a cena parecendo que levei um soco.

- Eai Tai? - Ele sorri pra mim. 

- Oi. - Forço um sorriso.

- Ih... 

- O que? - Olho para a Samira.

- Senti uma decepção aí. - Ela diz.

- Para.

- Seja sincera com a gente Taí, eu sei que não nos conhecemos tão bem assim. - Cíntia fala. - Eu senti uma conexão boa em ti, se eu espalhar um segredo seu, você pode me bater. 

Dou risada.

É melhor ela não saber que vou fazer isso mesmo.

- Você gosta dele? Tipo não de apaixonada, mas sentir essa atração física. - Cíntia pergunta.

- Talvez.

Samira pula.

- Pode me chamar de louca ou errada, mas eu acho que ele super sente uma atração por ti. - Samira fala.

Meu coração acelera com a possibilidade, mas logo descarto.

- Não, ele não gosta de mim. - Falo. - Você não viu a menina com quem ele está? Olha pra mim.

- Amiga cê valoriza, tu é muito gostosa. - Cíntia gesticula.

- A gente tem que te soltar mais. - Samira pisca pra mim.

- Logo logo você está mais soltinha. - Cíntia comentou.

- Eu não sei.

- Confia na gente. - Samira diz.

Eu não consigo.

»»————>♡<————««

Amarro meu cabelo.

A casa está vazia, as meninas estão no apartamento dos meninos e eu decidi que quero ficar aqui, não posso olhar pra cara do Matheus e fingir alegria.

Eu não sei o que acontece comigo porque depois do que eu passei jamais imaginaria estar sendo amiga de um homem de novo, mas as coisas com o Matheus foram sendo tão leves que não sinto medo de estar do seu lado ou quando ele avança para perto de mim.

- Taila! 

Levo um susto.

- Que merda Matheus! - Olho para minha camisola suja de chocolate.

Ele ri.

- Desculpa, você estava longe.

Pego a esponja e tento limpar.

- Seu rosto está sujo. - Ele se aproxima.

- Eu limpo. - Me viro limpando meu nariz. - O que quer?

- Saber porque não está lá com a gente.

- Não estou muito na vibe. - Falo enquanto despejo o chocolate para o prato.

Ele se encosta na pia e me olha.

- Cê tá brava comigo?

- Por que eu estaria?

- Não sei se tá toda séria.

Coloco o prato no congelador.

- Só não estou num dia bom. - Digo.

- Júlia deu a mesma desculpa pro Gael.

Reviro os olhos.

- A Júlia é a Júlia, eu sou eu.

- Já vi que não está pra papo.

- Eu realmente estou cansada Matheus.

- Tá beleza. - Ele diz. - Fica bem. - Ele beija minha testa.

Saio da cozinha e me sento no sofá, meu celular vibra.

O pego vendo uma mensagem de um número desconhecido.

"-Quem é??"- Mando.

"-Ramon, posso subir aí?"

»»————>♡<————««

- O que está fazendo aqui? - Falo do lado de fora do prédio.

- Eu queria te pedir desculpas.

- Como pegou meu número?

- Caralho garota me deixa falar.

- Muito cuzão.

Ele respira fundo.

- Olha... Eu vou ser sincero contigo ok?

Assinto.

- Eu curti você e queria ficar contigo.

Meu coração para.

- Você disse que gostou de mim?

Ele assente.

- Eu?

- É. - Ele responde. - Mas eu descobri que você era bv e dei um passo pra trás, mas no dia da piscina eu pensei que poderíamos ficar.

- Daquele jeito?

- Eu senti que tinha um clima.

- Não tinha clima. - Minto.

- Mesmo? 

- Se você veio pedir desculpas, está desculpado.

- Eu sei que você não gosta de mim.

- Não é isso... - Falo. - Você apenas me irrita.

Ele dá risada.

- Posso pedir uma coisa?

- O que?

- Topa sair comigo?

Fico sem saber o que responder.

- Não precisa responder agora.

- Você deveria me deixar em casa. - Ouço a voz da garota que está com Matheus.

- A gente vê na sexta. - Ele sorri pra ela.

- Sim. - Respondo pro Ramon. - Sim, eu topo sair com você.

- Beleza.

- Aonde irá me levar?

- Surpresa. - Ele se aproxima.

Sinto suas mãos nas minhas e um beijo estalado em minha bochecha.

- A gente se vê.

Aceno.

Mordo os lábios.

- Então vai sair com ele? - Ouço a voz do Matheus atrás de mim.

- Sim.

- Legal. - Ele força um sorriso e começa a andar.

Dou risada querendo não aceitar a possibilidade de um ciúmes.


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