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T A I L A  M O R A I S

Acordo sentindo beijos em meu pescoço e dou uma risadinha por isso.

- Acorda, já está cedo e eu não quero a general da sua irmã descobrindo uma mentira.

Abro meus olhos.

- Bom dia. - Respondo levantando da cama. - Vou usar o banheiro.

Ele assente.

Vou até o banheiro, lavo o rosto e passo a pasta de dente no dedo.

Saio do banheiro, visto minha roupa e saio encontrando Brian e Roberta na cozinha.

- Oi. - Digo.

- Hmm fizeram amor? - Brian me dá um olhar sugestivo.

- Cala a porra da boca. - Ramon joga um pano de prato nele.

- Só fala merda Brian. - Roberta revira os olhos.

- Com toda certeza ainda bem que não estava em casa. - Ironizo.

Ramon dá risada.

- Verdade mesmo? - Roberta pergunta.

Nego com a cabeça.

- Você é virgem? - Brian pergunta e recebe tapa do Ramon e da Roberta.

- Sou sim. - Respondo. - Não precisam bater nele, não me importo não. - Levanto os ombros.

Tomei café na casa do Ramon, os seus amigos me deixaram bem à vontade, após isso tive que voltar pra casa não antes de ficar um pouquinho com o Ramon na frente do prédio o que me fez subir sorrindo que nem boba, abro a porta encontrando todos tomando café.

- Bom dia. - Digo sorrindo.

- Toda feliz, o que aconteceu? - Rafaela indaga.

- É homem, pode falar. - Thomas diz.

- Não é nada. - Suspiro. 

Olho de relance para o Matheus, afasto a mágoa que iria se abrigar em mim.

Vou para o quarto e coloco meu celular pra carregar.

- Podemos conversar? - Ouço sua voz.

Me viro para ele.

- Ok, diga o que quer. - Cruzo os braços.

Ele fecha a porta.

- Eu sei que fui idiota de ter falado aquilo pra você, só estou confuso.

- Ok. - Assinto. - Se era só isso, está desculpado.

- Calma aí Taila, porra me desculpa.

- Eu já disse que está desculpado. - Falo. - Tive uma noite ótima e uma manhã ótima não estraga isso.

- Você estava com ele não estava?

- Sim. - Respondo.

- Vocês ficaram?

- Matheus. - Respiro fundo. - Eu não vou falar o que fiz e o que não fiz pra ti, pode me dar licença agora?

Ele passa a mão no cabelo.

- Não me trata assim, Tai...

- Eu já fui muito magoada Matheus e eu não quero que me magoar mais, então por favor sai do quarto.

Ele olha para mim e parece triste e irritado, após isso ele sai pela porta.

   J Ú L I A  M O R A I S

— Alguns dias depois.

A minha primeira semana no trabalho foi boa, as crianças me adoram e já estou ganhando até desenhos, Gael vem me buscar às vezes. Nós quase sempre ficamos e quase sempre avançamos para algo maior, mas eu paro.

Era sexta eu estava cansada do trabalho, mas as meninas me puxaram para o trote da faculdade.

Ana também estava lá e de vez ou outra ela me jogava uma indireta ou provocação e eu respirava fundo e fingia que a mesma era um fantasma.

- Ignora ela pô, não liga. - Gael sussurrou no meu ouvido. - Ela não gosta que eu fique perto de ti.

- Eu sei, mas está difícil ficar ouvindo as merdas que ela diz.

- Cê fica linda quando tá brava sabia. - Ele me vira pra ele.

- Eu tô bem puta agora.

Gael ri.

- Com esse sotaque. - Ele me dá um selinho. - Eu não aguento você não, Júlia.

Levanto os ombros.

- Amiga vem dançar. - Sabrina me puxa.

Gael me olhava de longe.

É completamente inevitável, meu coração não acelerar pelo seu olhar ou meu corpo não se arrepiar com seu toque, tento me afastar e acho que ele também, mas cada vez que tentamos fazer isso, um imã nos une ainda mais.

Sinto uma mão grossa segurar minha segura.

Olho para trás, Gael sorri.

- Eu rebolo muito, tô avisando.

- Eu aguento.

Dou um sorriso de lado. O funk rolava solto, a batida da música ficou forte e meu rebolado também, senti as mãos do Gael me apertar com força.

- Porra Júlia. - Ele sussurra no meu ouvido. - Faz isso comigo não.

- Você não disse que aguentaria? - Olho para ele. - Vou ao banheiro, to apertada segura minha bebida.

Ele assentiu me dando um selinho.

Vou para o banheiro e faço xixi, me limpo e lavo minhas mãos. Vejo Ana entrar no banheiro.

- Devo bater palmas por tirar o meu homem.

Respiro fundo e seco minhas mãos.

- Estou falando com você. 

Arrumo meu cabelo em um coque.

- Caralho garota você só me irrita. - Ela segura meu braço.

- Me solta.

- Quero que se afaste do Gael.

— Olha Ana, eu não mando no Gael e eu não vou brigar por causa do Gael, se ele quiser voltar a falar com você é ele quem decidirá.

- Você fez ele se afastar de mim.

- Pelo amor de deus. - Solto o meu braço. - Eu estou pouco me fodendo pra essa rixa ridícula que você mesma criou na sua cabeça.

- Eu vou fazer você se afastar, que nem fiz com aquela vagabunda da Stela.

Nessa hora Bruna entra no banheiro e para minha feliz coincidência, Stela estava com ela.

- Renato estava nos pés até aquela idiota chegar e o mesmo para você, Gael é meu cachorrinho quando eu quiser ele volta.

- Agora você não pode dizer o mesmo do Renato. - Cruzo os braços.

- Aquela vaca da Stela vai me pagar por isso, um nude não foi o suficiente outra coisa será.

Stela ri de lado e bate palmas, assustando a Ana.

- Sabe, Ana... - Ela caminha até ela. - Eu te avisei.

E antes que alguém pudesse segurá-la, Ana já estava sendo arrastada para fora do banheiro como um boneco de palha.






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