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J Ú L I A  M O R A I S

- Podemos?

- Agora você quer conversar, Gabriel?

- Eu...

- Você teve anos para isso. - Digo. - Eu sempre ficava parada na porta da minha casa e esperando você voltar! - Meus olhos ficaram nublados.

- Filha...

- Não me chame de filha! O único que tem esse direito é o meu pai de criação, Dinho.

- Eu sei, vi que sua mãe casou de novo e...

- Eu finalmente tive um pai. 

- Me deixe explicar.

Dou uma risada seca.

- Eu não quero ouvir nada, já passaram anos, tanto eu quanto a Mirela já estamos acostumadas com sua ausência.

Ele abaixa a cabeça.

- Eu não quero que fale comigo e nem tente se aproximar da Mirela!

Bato a porta na sua cara.

Deixo minhas lágrimas caírem, vou para o quarto pegando o celular ligando para minha irmã.

- Júlia? É você mesmo? - Mirela se preocupa rapidamente.

- Mirela. - Digo seu nome em meio ao choro.

- O que aconteceu? Tá tudo bem? É a Taila?

- O nosso pai...

- Como?

- Eu reencontrei nosso pai. - Falou num fio de voz. 

- Para de brincar comigo. - Sua voz fica embargada.

- Eu não estou! - Rebato. - E-eu encontrei ele num evento ontem e hoje ele apareceu na minha porta querendo se explicar. - Dou uma risada irônica.

- Puta que pariu.

 G A E L  S A N T A N A

F

iz um monte de mancada no trampo por estar com a cabeça longe, quase fui demitido, por isso meu chefe me mandou ir embora mais cedo. Fiquei rodando por aí até parar na casa do Renato, não me pergunte como.

- Tá bêbado?

Nego.

- Preciso falar contigo.

- Entra aí.

Entro na sua casa.

- Fica a vontade. - Renato diz. 

Sento no sofá.

- Qual foi?

- Ana tá grávida.

Renato ri.

- É mentira! 

- Não é! 

- Qual é Gael, tu conhece a mina.

- Confia na minha palavra pô, eu vi os testes e o exame de sangue.

- Vai vê que era um falso.

- Caralho não dá pra conversar contigo.

- Tá. - Ele gesticula. - Digamos que ela está realmente grávida, quem é o pai?

- DD.

Seu sorriso sarcasmo sai do rosto.

- DD?

Assinto.

- Ela tá grávida daquele zé droguinha?

Assinto.

- Eu conheço a Ana e você também, ela não mentiu.

- Tenho que olhar no rosto dela pra acreditar.

- Ótimo, vamos no apartamento dela agora. - Pego meu capacete.

»»————>♡<————««

Renato, assim como eu ouviu a história da Ana, de início ele ficou sádico, mas acabou acreditando.

- Sempre fomos nós três, agora me sinto sozinha. - Ela diz.

- Em questão da gravidez você não está sozinha, a gente te ajuda beleza? - Renato fala.

- Em questão da gravidez?

- Ana sem briga, a gente está aqui é isso que importa. - Digo.

- Tenho exames para fazer amanhã. - Ela diz.

- Eu vou com você, relaxa. - Renato diz.

Conversamos como íamos dar um jeito nisso e saímos do apartamento.

- Vai contar para Júlia? - Ele pergunta.

Nego.

- Estamos bem, não quero estragar nada.

- Você realmente acha que a Júlia vai ficar puta com isso?

- Não, não acho só que... Estamos tão bem, quero pedir ela em namoro.

- Hm, faz o que achar melhor então.

Subo em cima da minha moto.

- Qualquer coisa te dou um toque.

- Beleza. - Ligo a moto e saio para ir pra minha casa.

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