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J Ú L I A  M O R A I S

- Como... Seu pai??

Assinto.

- Ele não me reconheceu, mas eu sim. - Falo com a voz trémula. - Eu não esqueço o seu rosto desde de criança, achei que um dia ele pudesse voltar.

Gael me abraça.

- Vamos voltar para casa.

Assinto.

- Eu não me sinto bem, estou enjoada acho. - Digo.

- Tudo bem, vamos.

Saímos pelos fundos, Gael mandou uma mensagem no grupo, mas não disse o motivo por estarmos indo embora.

»»————>♡<————««

Taila estava no apartamento dos meninos com Matheus e sabia que dormiria por lá, então pediu que Gael ficasse comigo e ele concordou.

- Cê tá bem? Quer vomitar?

Nego.

- Já passou, tô bem.

Deitamos na cama.

- Fica bem, tá? Odeio ver você assim. 

- Obrigada.

O abraço sentindo o seu cheiro.

»»————>♡<————««

Gael cuidou de mim a noite, mas teve que ir trabalhar na pizzaria e eu fiquei no apartamento.

- Aquele cara era seu pai? Certeza? - Thomas me pergunta.

- Absoluta.

- Você vai falar com a mamãe sobre isso? - Taila indaga.

Nego.

- Eu vou fingir que isso não aconteceu.

- A gente também, então, vamos tomar açaí? - Rafa muda de assunto.

- Quero. - Taila sorri.

- Podem ir descendo, só vou trocar de roupa.

Todos saem do apartamento, vou para o meu quarto e coloco um short jeans.

Ouço a campainha tocar, o que é estranho.

- Já vai! - Grito do quarto.

Abro a porta deixando meu sorriso sumir.

- Oi. - Ouço a voz do meu pai. - Tudo bem se não quiser falar comigo agora.

  G A E L  S A N T A N A

A

s mensagens constantes da Ana me faziam viver com o celular desligado, não posso mentir e dizer que não sinto sua falta, isso seria mentira, mas desde que me envolvi com a Júlia me sinto na obrigação de me afastar da Ana. Júlia já me disse que não me impede de ir vê-la e eu sei disso, por isso cá estou eu na porta do seu apartamento.

- Oi. - Ela diz.

- Você está acabada.

- Eu sei, entra.

- Como anda?

- Péssima.

- Sinto muito por estar afastado.

- Já entendi, você que quis.

- Sim e estou bem, mas vejo que não está.

- Fico feliz que tenha vindo.

- Bom, depois de 39 ligações eu tinha que vir.

- Vai trabalhar?

Assinto.

- Espero que seja rápido o que tem para me falar.

- Vai ser. - Ela sorri nervosa. - Depois que nos afastamos eu fiquei perdida e precisava de drogas.

- Ana...

- Não me venha com sermão seu babaca! Tu se afastou de mim.

Fico quieto.

- Eu não tinha dinheiro para drogas, então eu decidi transar com várias caras para isso.

Balanço a cabeça em negação.

- E muitas vezes eu estava drogada demais e em uma noite... - Ela hesita. - Em uma noite que não me lembro bem, sei que me droguei demais e resolvi fazer sexo com o traficante DD.

- DD? Cê ficou louca?

- Eu estava chapada porra!

- Caralho Ana.

- Eu acordei primeiro que ele e sai antes que a esposa dele visse e ele ficou me ligando assim como eu faço com você.

- Percebeu que é chato pra porra?

Ela assente.

- Percebi, e muitas vezes coloquei o celular no modo avião, mas eu senti uns enjôos.

- Ana... - Levanto do sofá.

- Eu fiz o teste Gael! - Ela fala confusa. - Eu estou grávida.

Primeiro Olhar [✓]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora