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C A R L A  D O M I N G U E S

Eu e Thomas voltamos cedo do trote da faculdade por conta dos meus enjôos.

- Isso é chato. - Digo quando já estávamos deitados na minha cama. - Ouvir a Julia e o Gael transem e a gente não.

- Ih a gente agiliza rápido.

Dou risada.

- Não. - Falo. - Acabamos o que tínhamos.

- Mas agora vamos ter um filho.

- O que isso tem a ver? - Olho para o seu rosto.

- Que eu quero ficar com você. - Ele alisa meu rosto. - Éramos instáveis, eu sei, mas eu nunca tive coragem de chegar e dizer que sou apaixonado por ti.

- Só quando estava bêbado. - Dou risada.

- Tu também, me ligava de madrugada. - Ele diz. - "Você sabe que te amo seu bosta idiota." - Ele me imita e eu gargalho.

- Trouxa. 

- Como acha que será nosso filho?

Levanto os ombros.

- Será que vai ser uma menina? Quero que tenha meus cabelos.

- Se for bonita que nem a mãe, tranco ela dentro de casa.

- Ih para de ser macho escroto, aí de você se criar nosso filho como um machista.

- Ele vai aprender com você, assim como eu.

Sorrio.

- Espero. - Falo. - Já pensou em nomes?

- Nada, por enquanto ele continua sendo chamado de espermatozóide.

Dou uma risada alta.

- Para com isso.

- Eu estou sendo sincero e original. - Ele toca em minha barriga. - Fala aí papai. - Ele diz olhando para minha barriga. - Se você for um menino vou te ensinar a tratar as mulheres como rainhas.

- Já pensou se for gêmeos?

- Quer que eu morra? - Ele fala. - Caralho gêmeos são normais na minha família.

- Na minha também.

- Meu Deus se a gente tiver gêmeos, estamos perdidos.

- Para de falar nisso.

- Já pensou se a gente troca os nomes dos dois e eles vivem assim por 15 anos...

Thomas continua tagarelando e eu só posso constatar uma coisa... Ele será o pai do meu filho!

  M A T H E U S  M A D E I R A

Ouço a voz macia da Taila cantar de leve a abertura de Friends e tudo que eu consigo pensar é que, eu queria tanto a beijar nesse momento.

- No que está pensando?

- Você não vai querer saber. - Digo a olhando.

- Desde que não seja uma coisa imoral.

Dou risada.

- Então é melhor você nem saber o que eu sonho.

- Matheus! - Ela me bate. 

- Você nunca teve um sonho assim?

- Posso ter tido. - Ela fala e morde os lábios.

Coço minha garganta.

Eu não consigo parar de pensar nela, em todos os sentidos.

- Eu... - Hesito. - Nada.

- Você o que? - Ela pergunta.

- Estou com medo de te machucar. - Digo.

- Engraçado. - Ela fala. - Estou com o mesmo medo que você.

Franzo o cenho.

- Por que você poderia me machucar?

Ela sorri melancólica.

- Eu sou totalmente imprevisível Matheus. - Ela suspira. - Posso muito bem estar aqui com você e no outro dia não querer que chegue perto de mim.

- Por que pensaria assim?

- Medo, não de você eu acho. Acho que é mais medo pelo fato de eu ser uma garota. 

Fico confuso.

- Alguém já...

Ela não deixa eu terminar.

- Tenho que ir. - Ela levanta da cama. - Preciso terminar as lições da escola, tchau Matheus.


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