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J Ú L I A  M O R A I S

Gael me trouxe a uma barraca de açaí.

- Desculpa pela Ana, ela...

- Não peça desculpas por ela Gael.

- Foi mal.

A rua estava vazia.

- Então, o que você fazia em Minas? - Ele muda de assunto.

- Adorava ficar na praça em frente à minha casa com minhas amigas, quer dizer colegas eu nunca tive uma amiga de verdade.

- Você e Taila são iguais.

- Taila tinha amigos ou achava que tinha.  

- O que aconteceu com ela?

- Não cabe a mim contar isso pra você, apenas te digo que ela estar aqui é bom.

- Depois que vocês chegaram, tudo ficou diferente.

Olho para o seu rosto.

- Diferente?

- A gente sempre fazia as mesmas coisas e sei lá depois que vocês chegaram tudo começou a mudar.

- As coisas mudam, isso só é uma coincidência. - Volto a comer o meu açaí.

- Você se arrependeu?

- Do que?

- De ter ficado comigo.

- Logo depois de tudo, sim.

- Eu fui um cuzão levando ela lá pra casa.

- Você realmente acredita em tudo que ela diz? - Pergunto.

- Eu tenho vários motivos para desconfiar.

Termino o meu açaí.

- Se você tem vários motivos, por que sempre acredita?

- Não sei. - Ele coça a nuca. - O jeito que ela fala é convincente.

- Convincente ou manipulador?

Ele parece ficar confuso.

- Eu não sei o que ela faz comigo, é o mesmo bagulho que você faz.

- Eu faço?

- Eu sei lá Júlia. - Ele levanta. - Eu quis dizer no sentido de me deixar desse jeito.

- Que jeito Gael? - Levanto e fico na sua frente.

- Me deixa vulnerável. - Ele diz. - Antes de você chegar eu só pensava na Ana aos poucos você foi entrando na minha mente, depois que eu te beijei então fudeu tudo.

- Ok, nunca mais me compare com a Ana, isso não é rivalidade, eu apenas não sou uma garota má.

- Ela não é má.

Levanto minhas sobrancelhas.

- Eu vou calar minha boca.

- Acho melhor.

Ele dá risada.

»»————>♡<————««

- Foi legal sair contigo hoje. - Ele diz parando na porta do apartamento dele. - Só faltou uma coisa pra fechar com chave de ouro.

Me encosto na parede já sabendo a resposta.

- E o que seria? 

- A gente ficar.

Dou risada.

- Já disse pra você que me arrependi.

- Naquele momento Júlia, tipo eu briguei e terminei com a Ana e no outro dia já tava ficando contigo, só que não aguentei, estava com essa vontade faz tempo.

- Não vou mentir, quero sim ficar com você, mas tu é muito imprevisível. - Balanço a cabeça. - A gente pode ficar agora e amanhã a Ana estar no seu apartamento.

- Cê não confia em mim?

- A gente se conhece a semanas, não crio confiança tão rápido e tenho certeza que você também não.

- Tá legal. - Ele assente.

- Boa noite.

- Peraí. - Ele segura o meu braço. - Se eu superar a Ana, você ficaria comigo?

- Sim. - Respondo e me arrependo logo em seguida. - Todos merecem uma chance, mas eu não vou me desgastar com você se ainda acreditar que ela é uma boa pessoa, nós vemos Gael.

Entro no apartamento.

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