18- FP

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Nas semanas seguintes, Betty e eu nos aproximamos bastante. Mesmo ela não tendo se aberto muito comigo, nos conhecemos melhor.

Todas manhãs eu passava de moto na casa dela e a levava para a escola, e quando as aulas acabavam, íamos para a casa da floresta. De vez em quando dormíamos lá.

Betty tem estado muito estressada esses últimos dias. Ontem ela me deu um tapa por estar a olhando por muito tempo, e mais tarde reclamou porque eu estava desviando o olhar dela. Julguei como un famoso caso de TPM.

E aqui estou eu guardando as coisas no meu armário para ir para casa. Betty surgiu do meu lado, como ela sempre faz.

Oi, Jones. — Ela falou.

Espera, espera não me bate! — Falei protegendo meu rosto e procurando a sacola com chocolates no meu armário. — Toma. Agora se acalme.

Só que eu já estou calma! — Ela disse puxando a sacola da minha mão. — Mas agora você está começando a me irritar. — Ela franziu o cenho e fez bico. — Por que você tem me evitado?

O que? Mas foi você que falou pra mim ficar longe de você... — Rebati.

Mas não era pra obedecer! Você é burro? — Ela reclamou.

Se eu não obedecesse você ia me bater.

Mas eu não bato forte! — Ela cruzou os braços.

Abri a boca para argumentar mas acabei desistindo. Enfiei a mão dentro da sacola que ela segurava e peguei uma barra de chocolate.

Toma, come aí. — Falei abrindo a barra e entregando um pedaço pra ela.

Ela colocou as mãos para trás se recusando a pegar e abriu a boca. Revirei os olhos e coloquei o pedaço chocolate na boca dela. Um sorrisinho se formou em seu rosto enquanto ela mastigava.

Ela me deu um selinho e puxou a barra da minha mão, colocando mais um pedaço na boca.

Vamos pra sua casa logo. Sua mãe me chamou pra assistir série com ela lá hoje. — Ela falou me puxando pelo corredor.

Espera aí, e por que eu não estou sabendo de nada? — Perguntei confuso.

Porque foi a sua mãe que me chamou, não tem nada a ver com você. — Ela respondeu.

[...]

Cheguei em casa e minha mãe estava sentada no sofá.

Betty! Que bom que chegou! — Ela falou.

Betty foi saltitante até o sofá, se jogando ao lado da minha mãe, que ligou o ar-condicionado da sala.

Em que episódio paramos? — A loira perguntou em um tom animado.

No terceiro. — Minha mãe respondeu dando play no episódio de The umbrella academy.

Cruzei os braços e observei aquela cena. Sempre chamei minha mãe pra assistir séries, mas ela nunca quis.

Ótimo, minha própria mãe me trocou pela Betty.

Betty se virou e me lançou um olhar sedutor. Ela fez um sinal de "venha aqui" com a mão e eu me aproximei dela.

Pode me trazer um cobertor? — Ela sussurrou.

Tá zoando né? — Perguntei.

Por favor. — Ela fez bico.

Jogo sujo, Cooper. — Falei e ela me deu um selinho.

Subi até o meu quarto e peguei a coberta para Betty. Quando desci, fiz um sinal com a mão para que ela levantasse. Me sentei no lugar dela e logo em seguida a puxei para meu colo.

Ela encolheu as pernas como se fosse um bebê e entrelaçou os braços em meu pescoço, apoiando a cabeça em meu ombro.

Coloquei a coberta em cima dela e ela me deixou um beijo na bochecha. Logo em seguida, deu um cheiro em meu pescoço.

Você me deixa louca. — Ela sussurrou bem baixo em meu ouvido e começou a me arranhar levemente na nuca, me fazendo arrepiar.

Não faz isso, Cooper. Você sabe que posso acabar me descontrolando. — Sussurrei ainda mais baixo para que minha mãe não percebesse, apertando a bunda dela por baixo da coberta.

Ela sorriu maliciosamente e mordeu o lóbulo da minha orelha discretamente. Levei minha mão até o meio de suas coxas e apertei. Ela respirava ofegante em meu ouvido.

Esse tal de número cinco é um mala sem alça. — Minha mãe falou, interrompendo nosso momento.

Betty se ajeitou em meu colo.

Ele é o melhor personagem da série. — Falei.

Prefiro o Luther. — Ela falou.

O que? Ele tem genes de macaco, por isso é tão musculoso. — Rebati.

Jughead! — Betty e minha mãe me repreenderam em uníssono.

Betty me deu um tapa no peito.

Ai! Doeu! — Reclamei.

Você deu spoiler! — A loira disse com raiva.

Foi mal... — Falei.

Ela bufou, saindo do meu colo e se sentando no espaço vazio entre minha mãe e eu.

Sai daqui, garoto! — Minha mãe falou. — O almoço é por sua conta.

Ah, que merda. — Resmunguei, me levantando.

Anda logo, criatura. — Ela falou.

Fui para a cozinha e resolvi fazer uma macarronada. Decidi não discutir com minha mãe. Parece que ela está sempre de TPM.

Cheguei! — Jellybean disse abrindo a porta de casa. — Ah, oi Betty.

Oi... — Betty disse com um sorrisinho.

Jellybean veio até a cozinha.

    — O que tá fazendo, cabeça de jarro? — Ela disse jogando sua mochila no canto.

    — Macarronada.

     — Mamãe te trocou pela sua namorada? — Ele zoou.

    — Ela não é minha namorada. — Falei.

    — Ah, conta outra. Vocês só não se assumiram ainda porque estão com fogo no cu. — Ela disse enquanto fazia um rabo de cavalo. — Posso te ajudar no almoço?

    — Coloca o macarrão pra cozinhar e enrola as almôndegas. — Falei.

Um tempo depois, a campainha tocou.

    — Você atende. — Jellybean falou rapidamente.

Revirei os olhos e limpei as mãos. Betty e minha mãe estavam tão focadas na série que nem devem ter escutado a campainha tocar.

Fui até a porta e a abri.

    — Fp? — Perguntei confuso.

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