22- Assédio

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*Pov Jughead*

Aqui estava eu... em plena terça-feira com olheiras que devem estar visíveis até para alguém do outro lado do corredor.

Havia sido uma das piores noites da minha vida. Um aperto no coração e a angústia me consumiam.

Abri meu armário, esfregando uma de minhas mãos nos olhos. Eu estava literalmente sendo domado pela preocupação.

Betty tinha me dito que me daria notícias, mas até agora nada. Na primeira aula, tínhamos física mas ela não apareceu. Já era a segunda aula e nem um sinal dela.

Antes que eu pudesse terminar meu pensamento, vi uma silhueta se aproximando pelo canto do olho. Era Betty. A primeira vez que vejo ela se aproximar, e não se materializar do meu lado.

    — Será que podemos conversar rapidinho? — Ela falou em um tom baixo.

    — Claro... — Engoli seco.

A segui até à sala de música vazia. Ela perecia um pouco tensa.

    — Bom... eu te chamei aqui para te dizer duas coisas...

Ela deu uma pausa até eu pedir para que ela continuasse.

    — A primeira é sobre o teste de gravidez... — Ela falou e me bateu um puta desespero. — Deu negativo e minha menstruação chegou ontem à noite. Foi só um atraso normal.

No momento em que a palavra "negativo" saiu da boca dela, meu corpo, que estava tenso e contraído, se relaxou de imediato.

Puta merda, graças aos céus!

    — Mas eu vim aqui para falar principalmente sobre a conversa de ontem... — Ela disse com voz fraca.

Meu coração ficou mais acelerado.

    — Não quero perder isso que temos entre nós. — Ela falou. — Me desculpa por ter dito aquelas coisas ontem, é que eu achei que foi rápido demais.

    — Eu sei, mas eu não consegui esconder... é como me sinto. — Falei.

    — Não Juggie... — Ela veio até mim e se sentou no meu colo, pondo uma perna em cada lado do meu corpo. — Isso é só uma confusão na sua cabeça, logo passa. — Ela acariciou meu rosto.

Fiz uma cara de frustração quando meu coração apertou.

    — Escuta... não quero brincar com seus sentimentos, e muito menos te dar esperança. Porque, sendo sincera, existe 0% de chances de ficarmos juntos como um casal. — Ela falou. Acho que um tapa na cara doeria menos. — Mas eu não posso negar que sinto algo diferente por você. Não é amor, é como uma atração muito forte. — Ela admitiu. — Eu viciei na sua boca. — Ela sussurrou no meu ouvido e deu uma mordiscada em meu lóbulo, me fazendo arrepiar. — Eu não posso ficar sem você. Não consigo. — Ela distribuiu beijos e leves mordidas em meu pescoço. — O seu toque me enlouquece.

Quem estava me enlouquecendo era ela. Estava com vontade de a beijar vorazmente, mas me contive.

    — Sobre a viagem do seu aniversário... — Ela se ajeitou em meu colo. — Não precisamos ir para a ilha, podemos sair pra comemorar com uma coisa simples. Só nós dois.

    — Fp já comprou as passagens. — Falei.

    — Ah, por mim não tem problema... mas e você? Você quer ir? — Ela perguntou e eu assenti com a cabeça. — Certo. — Ela se aproximou do meu rosto mas recuou. — Posso te beijar? — Ela perguntou com um sorrisinho no rosto.

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