37- O último beijo

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Juggie... — Ela sussurrou. — Agora pode fazer uma massagem de verdade? Meu ombros estão tensos.

Dei um sorrisinho e concordei com a cabeça.

Aqui. — Ela arrastou minhas mãos mais rentes ao seu pescoço. — Isso...

Continuei massageando do jeito que ela queria, mas ao mesmo tempo estava um pouco preocupado. Por que ela estava tensa?

Betty... — Falei baixinho. — O que está acontecendo?

Do que você tá falando?

Eu sei que você não tá bem, amor. — Falei ainda massageando seus ombros.

    — Não tem nada para se preocupar, Juggie.

Tirei as mãos de seus ombros e estendi um pouco para frente, pedindo para que ela me desse seus pulsos.

    — Não. — Ela falou com a voz firme.

Apoiei o queixo em seu ombro e respirei fundo.

    — Eu só quero te ajudar. — Falei.

    — Não preciso de ajuda. — Ela rebateu.

    — Betty...

    — Jughead, você não percebe o quanto isso é humilhante? — Ela ralhou. — Não preciso de ajuda nenhuma!

    — Não é humilhante, Betty. — Acariciei seu rosto. — Podemos ver um bom psicólogo para te acompanhar. Isso pode ser uma depressão, amor. É uma doença que todos estamos sujeitos. Só que acho que podemos cuidar disso, juntos. Me preocupo com você.

Ela me olhou com raiva e balançou a cabeça negativamente.

    — Isso foi insensível! — Ela falou e tentou se levantar da banheira, mas segurei sua cintura.

    — Ei, por favor, não sai... — Falei baixinho. — Me desculpa, não quis magoar você. Não quero brigar.

    — Você não entende! — Ela falou com a voz fraca.

    — Tem razão, não entendo.

Ela ficou um tempo em silêncio.

    — Preciso andar um pouco. — Ela disse saindo da banheira e se enrolando rapidamente em uma toalha. Não impedi.

Saiu do banheiro e bateu a porta forte.

Respirei fundo.

Eu não tinha a intenção de chatea-la ou algo assim, tentei falar da melhor maneira possível. Eu estou preocupado, será que ela não entende isso?

Pairei um pouco sobre meus sentimentos. Medo? Tristeza? Preocupação? Provavelmente todos. Isso tudo está me fazendo um mal psicológico tão grande quanto para ela.

Me levantei da banheira e enrolei a toalha na cintura, em seguida abrindo o ralo para esvaziar e tirar toda aquela água.

Era provável que Betty tivesse ido caminhar pela ilha, então vesti um short e uma regata e fui atrás dela.

Andei um pouco e a encontrei, sentada de baixo da palmeira em que passamos uma tarde abraçados.

Me aproximei devagar.

    — Você está brava? — Perguntei me sentando ao lado dela.

Ela balançou a cabeça negativamente.

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