About The Stars

26- Terra à vista

*Pov Betty*

Subi as escadas pensando em como o clima ficaria pesado depois de tudo isso. Respirei fundo e me joguei no sofá da cabine onde JJ estava. Ele me olhou com um sorrisinho malicioso, me fazendo revirar os olhos.

— Não me olhe desse jeito. Está me deixando irritada. — Bufei.

— Geralmente transar deixa as pessoas mais relaxadas... — Ele provocou.

— Porra, cala a merda da boca! — Falei já estressada.

— Mas pelo visto em você fez o efeito contrário. — Ele murmurou e se sentou ao meu lado. — O que aconteceu?

— Ele está apaixonado! E eu não quero que ele continue apaixonado por mim. — Reclamei.

Senti meus olhos marejarem.

— Quer uma opinião sincera? — Ele perguntou. Olhei para seu rosto esperando que ele continuasse. — Você não pode dizer isso quando a responsável por alimentar os sentimentos dele é você.

— Não, JJ. Desde o começo eu o pedi para que ele não se apegasse.

— Porra, e o que você queria que ele fizesse? Queria que ele dissesse "escuta aqui, cérebro, adiciona na lista que eu não posso me apaixonar por essa menina loira que eu acabei de foder"?

— Sim! — Falei como se fosse óbvio. — Sentimentos podem ser controlados.

— Errado! — JJ falou rapidamente. — Você não controla seus sentimentos, você só esconde eles e coloca algum ouro que consiga esconder o que você realmente sente.

— E o que eu realmente sinto?

— Você o ama.

Balancei a cabeça negativamente.

— Não... — Falei baixinho. — Eu tentei desenvolver um sentimento quando ele disse que me amava, mas simplesmente não consigo.

— Essa historinha já está ficando chata. — JJ disse se levantando. — Se você não ama, fale para ele. Alto e claro, "eu não te amo". — Ele bufou. — O que você está fazendo é ridículo, porque eu sei que se visse ele com qualquer outra garota, ficaria destruida. — Ele disse, voltando novamente sua atenção para o painel de controle.

Fiquei calada. Percebi Jughead sair do quarto, mas ele nem olhou na minha cara.

— Ah, estamos quase chegando. — O moreno disse quando conferiu as cordenadas. — Eu diria... meia hora? — Ele falou em dúvida para JJ.

— Deve ser por aí. — Meu irmão respondeu.

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*Pov Jughead*

Observei Betty discretamente enquanto ela mexia no celular. Ela não me olhou nenhuma vez.

— Aí, Jughead! — Ouvi JJ gritar. — Terra à vista!

Levantei e fui para a frente do barco.

— É essa mesmo! — Gritei de volta.

Eu estava animado pela primeira vez em muito tempo. Fazia mais de um ano que eu não vinha aqui, e voltar com os meus amigos, é incrivel.

Quando JJ ancorou o iate, ele correu se jogando e rolando na areia.

— JJ, levanta. — Kiara disse rindo.

Tentei desviar o olhar de Betty enquanto ela descia, mas falhei.

— Vamos ver a casa. — Falei.

Quando entramos, os móveis estavam um pouco empoeirados por conta do tempo, mas nada que não pudesse ser resolvido com uma limpeza rápida.

— Por que você tem uma piscina em uma ilha? — JJ perguntou indicando uma pequena jacuzzi na entrada.

— É uma jacuzzi, idiota. — Betty falou.

— Mesmo assim, não faz sentido. — JJ falou e eu dei de ombros.

Apresentei a casa para eles, contava com quatro quartos, três banheiros, sala e cozinha. Havia também um acesso para o telhado, onde haviam algumas cadeiras para pegar sol. Era simples, apenas para passar uns dias.

— Bom... aqui tem quatro quartos com camas de casal, então é só escolherem o que vocês querem. — Falei. — O meu já é o da segunda porta a esquerda.

— Aí, cara... aqui tem pranchas de surf? Reparei em umas ondas maneiras se formando no recife. — JJ falou animado.

— Acho que tem no porão. Se quiser pode ir conferir. — Falei indiferente.

JJ e Kiara foram até a portinha que dava para o porão, deixando eu e Betty a sós na sala.

— Juggie... — Ela tentou.

— Tá tudo bem. — Falei seco. — Eu não quero ouvir suas desculpas para depois me iludir achando que há uma chance de sentir algo por mim.

Ela abaixou os olhos e soltou um suspiro.

— Eu pedi para você não se apegar. — Ela falou baixinho.

— Eu sei. Esse sempre vai ser seu argumento. — Falei indo para o meu quarto.

Ouvi batidas na porta, mas não respondi. Mesmo assim, a porta se abriu sengundos depois.

— Você está sendo imaturo. — Betty falou enaquanto entrava e fechava a porta novamente.

— Eu? — Perguntei em um tom sarcástico, a fazendo revirar os olhos.

— Sim! Você não pode amar uma pessoa e esperar que o sentimento seja mútuo. — Ela falou com os olhos marejados.

— Então por que me olha desse jeito? Por que me leva para lugares especiais para você, onde nunca levou ninguém? Por que faz isso comigo? — As palavras saíam rapidamente da minha boca, mas em momento algum levantei a voz para ela.

— Eu não sei! Que merda, Forsythe, eu não sei! — Ela estava prestes a chorar. — Está tudo confuso, e eu não sei o que fazer! — Ela respirou fundo e limpou uma lágrima que escorreu pelo canto do olho. — Não consigo ficar longe de você. Odeio discutir com você... será que não podemos fingir que está tudo bem?

Um silêncio tomou conta do quarto enquanto eu a observava. Balancei a cabeça negativamente, sem dizer nada.

— Não. — Falei depois de um tempo. — Não podemos.

Me levantei e saí do quarto.

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