Cap. 21 - Pirulito

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Curiosidade sobre o título: O pirulito, na Fórmula 1, é o nome que se dá as "plaquinhas" colocadas na frente dos carros durante o "pit stop". Aqui, eu faço referência ao doce de Natal também, os pirulitinhos de bengala doce!
E por que teremos um capítulo de Natal? O nosso livro segue o calendário de provas da Fórmula 1, os nossos amadinhos se conheceram em meados de Novembro, então estamos no primeiro mês de namoro e no primeiro Natal do nosso casal!

Meu pinheiro é meu mandacaru

Com enfeites de algodão

Alpercata no terreiro

Os Reis Magos três vaqueiros

Aboiando no Sertão

Meu pinheiro é meu mandacaru

Cada um é nosso irmão

E o Natal, se verdadeiro,

Há de ter o ano inteiro

Paz na Terra aos bons de coração

- Eliezer Setton


MICHELE

— Cheed eu não sei se devo ir, é uma coisa de família. Até a Jú vai ficar com a família dela! E a sua família vai me detestar, principalmente depois daquele rolê todo com os patrocinadores. — Argumento.

— Não tem problema, a sua já me detesta sem nem me conhecer, então a minha conhece você e nós ficamos quites. — Ele ri e eu dou um tapinha em seu ombro repreendendo-o. É domingo a noite e estamos no meu apartamento. Faltam exatamente dois dias para o Natal. — Eu estou brincando sua boba, não fica esquentando com isso. Vai dar tudo certo, é só ser você mesma e eles vão adorar, vai por mim! Só não vomita em ninguém, para isso eu não sei se eles serão tão compreensivos quanto eu fui. — Não consigo evitar, desfiro outro tapa em seu ombro, desta vez, com mais força.

— Olha, eu ouvi toda a discussão e amiga, o senhor Cooper não passa frio, pois está coberto de razão! Todos vão adorar você. E como o seu único argumento não favorável é sobre o Natal ser algo de família, a solução é viajar para o Nordeste, ou ficar sozinha. Porque se recusar esse convite, eu não te levo para o meu Natal com a família Savage, você não é da minha família. — Decreta Júlia, me lançando uma piscadela irônica. Ela está usando meu argumento contra mim, uma traíra!

— Sua família é Savage? — Pergunta Cheed confuso. E eu dou risadas, Jú é má!

— Não, é um trocadilho com "A Família Savage", o filme foi inspirado na gente. — Responde ela do sofá.

— Ela está exagerando, eles são legais, pelo menos comigo. — Respondo.

— E você prefere passar o seu Natal com eles? Acaba de partir o meu coração, querida. — Fala Cheed colocando as mãos sobre o peito, como se eu realmente o estivesse ferindo. Ele complementa a performance com um choro falso, digno de Oscar!

— Tudo bem, eu vou! — Respondo vencida.

Não seria ruim passar o Natal com o meu namorado, na verdade seria perfeito. Os meus receios se concentram em sua família, em como eles podem me receber. Eu, indiretamente, fui a responsável pela perca de alguns contratos de Cheed, o envolvi em um escândalo e isso afetou o seu relacionamento com o pai. Sei o quanto essas coisas doem, pois já fazem quase quinze dias desde a última ligação com a minha mãe, no dia seguinte ao incidente. Eu só não queria piorar as coisas para nenhum de nós, gerar um mal-estar maior, se é que é possível.

Depois da CurvaWhere stories live. Discover now