Cap. 22 - Santantônio

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Eu amoooooo esse capítulo! Ele seria de um jeito diferente antes, mas eu prefiro assim <3 

Curiosidade sobre o título: Na crença popular, Santo Antônio é o santo casamenteiro. No automobilismo, santantônio é a proteção ou reforço estrutural dos carros de corrida, elas ficam na parte de cima do habitáculo do piloto, para evitar que ele seja ferido pelo peso do carro ou pelo impacto em caso de capotagem. Bora lá descobrir como o Santantônio vai ajudar nosso Cheed hoje? 

Curiosidade sobre a música: Essa é de longe uma de minhas músicas favoritas, ela tem toda a força e energia do nordeste. É tão poderosa quanto a nossa personagem, não poderia ser em outro capítulo.  

Quantos aqui ouvem, os olhos eram de fé
Quantos elementos amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno, outros verão

- Amelhinha na voz de Zé Ramalho 

                                                                      CHEED

Quando você percebe que ama alguém?

É difícil.

Difícil começar a amar, difícil perceber que ama, difícil admitir para si mesmo que está amando. E mais difícil ainda falar desse amor para alguém.

Em outras épocas, as pessoas faziam odes ao amor e a pessoa amada. Faziam músicas, serenatas, cartas.... Não estou sendo saudosista, mas agora as pessoas não sabem mais o que fazer com o amor. 

Sentir  amor é brega, perceber que ama é vulnerabilidade, admitir para si mesmo que está amando é uma fraqueza. Admitir para uma pessoa que você a ama, é um risco. Zygmunt Bauman teria orgulho de minhas reflexões neste momento. 

Amar dói, dá medo. Mas sabem o que dá mais medo?

Nunca ter a chance de dizer que amou.

Talvez eu pareça um pouco "emocionado demais", afinal, temos pouco mais de um mês de relacionamento. Mas sabem de uma coisa? Eu não acredito em uma cronologia dos sentimentos. Eu acho que eles têm o seu próprio tempo. Tiziano Ferro e O Homem do Futuro concordariam comigo.

Não existe um tempo correto para estas coisas. Muitos casais vivem a vida toda juntos e nunca se amam verdadeiramente, outros se amam muito e por muito tempo, mas nunca conseguem dizer isso...

E fácil amar alguém que você admira. Eu admiro Michele desde o nosso primeiro dia juntos, sua determinação em terminar aquela entrevista, em superar todos os obstáculos daquele dia. Sua coragem, por vir sozinha do Nordeste até aqui, a forma como ela se esforça pelas coisas e pelas pessoas, a forma como superou aquele episódio horrível um mês atrás... Admiro seu senso de humor e sua força.

Eu admiro tudo nela, portanto, não há como não ama-la. Agora, ou mais tarde, sinto a inevitabilidade deste evento. Cada momento nosso, é bom de um jeito diferente. Foi bom passar o ano novo com ela, mesmo que não tenhamos viajado para um novo lugar do mundo, como costumava ser uma tradição para mim. Este ano nós ficamos em casa, abrimos um espumante barato, comemos e cantamos karaoke com a Júlia. 

Foi simples, íntimo e maravilhoso, porque estávamos juntos. É outro detalhe amável nela, sua bondade e o quanto ela faz tudo por aqueles que ama. Esse não era o plano inicial, nós íamos para a casa de praia da minha família no litoral do Rio, seria nossa primeira viagem juntos. Mas Júlia estava mal e não tinha para onde ir, Michele decidiu ficar com a amiga. E eu também fiquei, porque a amo. É isto, eu sei que a amo, não importa quanto tempo faça. 

Depois da CurvaWhere stories live. Discover now