Corações

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NOTAS DA AUTORA:

Oi clã?
Como vocês estão?
Animadas para o Natal? Espero que sim, apesar desse ano de 3689 meses e 6278383 tragédias.
Boa leitura.

PYONGYANG, CAPITAL DO REINO DA COREIA DO NORTE, TERCEIRA FASE COMPLETA DA LUA DO INVERNO DE 1458

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PYONGYANG, CAPITAL DO REINO DA COREIA DO NORTE, TERCEIRA FASE COMPLETA DA LUA DO INVERNO DE 1458.

— Soldado, poeta ou rei?

— Carpinteiro.

Uma risada vibrou do peito do rei Jisang, que correu entre as altas paredes ornadas com gigantescos quadros que retratavam a história da dinastia Jeon. Caminhávamos lado a lado, ambos com os braços atrás das costas, olhares pregados nas obras por quais passávamos no salão das histórias.

— É isto que desejava ser? Um carpinteiro? Jung-kook, o carpinteiro?

— Não, mas entre as opções que me deu, eu prefiro passar o resto dos meus dias sentindo as palmas das minhas ganharem espessura e calos, com o trabalho árduo da carpintaria. — garanti-lhe. — Eu não sou corajoso o suficiente para ser um soldado, não sou sensível o suficiente para ser um poeta e nem por um instante sou ambicioso o suficiente para ser um rei. — disse ao mais velho, ainda que envergonhado em confessar minhas falhas em voz alta. 

— Ser tão honesto, te faria bom em todas essas coisas, sobrinho. — o monarca retrucou, os olhos castanhos, tão similares aos meus, dolorosamente gentis avaliando as expressões do meu rosto. — Lembra-se quando era filhote, por volta dos oito ou nove anos, em uma das minhas visitas ao mosteiro, você disse-me que gostaria de ser um pirata quando crescesse. — recordou-me em meio a uma risada. Eu apreciava isso em Jisang, seu riso era fácil, sincero e doce.

— Hum! — balancei a cabeça em concordância, com um sorriso nostálgico esticando meus lábios. — Eu não gostaria mais de ser um pirata, mas, quando eu completasse vinte e uma anos e possuísse a autorização de deixar o mosteiro, eu iria tentar encontrar emprego nos portos de Busan ou talvez Jeju. Eu almejava velejar. Desejava ganhar algumas moedas de ouro para construir meu próprio casebre próximo à praia. Me casar, se obtivesse a sorte de me encantar por alguém e que essa pessoa se encantasse por mim também. Eu, sinceramente, gostaria de me casar e ter filhos. Eu somente desejava uma existência simples. Uma casa para voltar, um trabalho para por arroz na mesa, alguém para compartilhar a vida. Tudo isso, claro, após encontrar você. — minha voz engargantou na minha última sentença.

O alfa ao meu lado arregalou ligeiramente os olhos.

— Eu? 

— Sim, eu desejava revê-lo, você foi a coisa mais perto de um amigo, ou um parente que eu tivera ao crescer. O Monge Ken, marcou-me de formas que você jamais compreenderia. — senti meus olhos enchendo-se de lágrimas, contudo, não permiti que nenhuma caísse. — Eu sonhava com suas visitas, quase todas as noites. — segredei.

O último ômega (Kth+Jjk)Where stories live. Discover now