III. VII. Causa e Consequência

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Eu me sentia incomodada pelo jeito que as coisas estavam correndo naquele momento, Karin estava me examinando mais uma vez. Eu já estava farta de estar me sentindo como um brinquedo quebrado, algo que estava precisando de conserto.

— Se vocês continuarem me olhando assim, juro que vou ter um ataque, vou partir para a agressão. Eu já quebrei sua costela uma vez, posso muito bem fazer de novo. — Ameacei olhando da direção do Sasuke.

Ele continuava me olhando com aquela expressão preocupada, fui em sua direção, esperando que ele ao menos tremesse com aquele olhar. Mas quando eu já estava perto o suficiente, ele colocou a mão sobre a minha barriga.

— Não queremos te tratar assim. — Karin disse num tom baixo, enquanto analisava algumas das minhas fichas. — Mas até mesmo você pode entrar em uma situação de risco, você não está tão estável como quando estava em Konoha, não tem acesso a todas as vitaminas, não têm acesso a um hospital realmente decente como aquele que você está acostumada a comandar. Qualquer ser humano, não importa o quão forte seja, tem seu corpo deteriorado se deixa de ter os cuidados que precisa. Ainda mais na situação em que você está.

Eu precisava concordar, não é que eu não me alimentava bem, mas eu estava fazendo um esforço que não estava adaptada em Konoha, eu sequer podia discordar dela. Seria muita ingratidão da minha parte.

Eu apenas balancei a cabeça positivamente, aceitando o fato que aos olhos deles eu tinha me tornado uma pirralha de cinco anos. Não, acho que uma pirralha de cinco anos ainda teria mais autonomia do que eu naquele momento, mas eu estava de mão atadas.

— E se eu a levasse de volta? — Sasuke perguntou, quando eu já estava dando as costas em busca de algum ar fresco.

— Está disposto a passar mais de nove meses em Konoha? Mesmo com a sua situação?

Mas que situação?

— Você sabe que eu não posso. — Ele respondeu simplesmente, o olhar um tanto frio na direção da ruiva.

Meus sentidos ficavam todos aguçados quando Sasuke agia daquele modo, porque sempre tinha algo que ele achava que eu não precisava saber ou só não achava que era hora de me contar naquele momento.

Me deixando com um ponto de interrogação enorme sobre a cabeça, o que aqueles dois não estavam me contando? Não parecia nada relacionado a minha grávidez, tinha muito mais a ver com a volta de Sasuke a Konoha. Mas com tudo que estava acontecendo naquele momento, achei melhor esperar ele tomar a iniciativa de me contar.

— Precisamos levá-la de volta, fale com o Juugo, vamos voltar para Konoha e precisamos de companhia caso aconteça algum imprevisto.

Eu podia fazer muitas coisas, mas testar os limites de Sasuke estava fora de cogitação. Eu não gostava de empurrá-lo até o seu limite, sabia que não podia fazer isso. Mas ele não poderia fazer isso comigo, não podia me empurrar até o meu limite. E aquela ideia de voltar a Konoha, aquilo era extrapolar todos os meus limites e mais do que isso, era me magoar profundamente.

— Eu não vou voltar... — Disse voltando a conversa, fazendo-os lembrar que eu ainda estava ali. — Você nem pense nisso.

— Sakura, podemos não ter outra escolha e...

— E nada! — Gritei com ele, tão alterada que até mesmo eu estava surpresa com a minha atitude. — Você não pode decidir nada por mim, eu não vou passar por isso sozinha, Sasuke-kun!

Estava decidida, sentindo o nó se formar em minha garganta, me sentindo ferida. Eu senti meu coração acelerar, antes de uma dor fina atingir meu baixo ventre, fazendo eu me encolher um tantinho.

O Retorno do UchihaWhere stories live. Discover now