II. VI. Cura Necessária

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Encontrei Sakura no prédio do Hokage, sua bochecha ainda estava ligeiramente avermelhada. Eu estava me controlando para não dizer nada a respeito do ocorrido, mas eles já estavam discutindo sobre isso.

— Abrimos nossas portas para cuidar daquela criança, disponibilizamos moradia e todos os nossos recursos para a família. Sakura foi agredida por algo que não podíamos prever, isso é algo inaceitável. — Tsunade estava tão aborrecida quanto eu, mas ela tinha o seu jeito único de se expressar.

— Eu sei que o que aconteceu não tem perdão. Foi uma ofensa sem tamanho a você, Sakura, mas eu me desculpo por eles. — Gaara curvou-se, com seu olhar grudado no chão.

O Kazekage da areia se curvando perante alguém, ele realmente deveria admirá-la e respeitá-la muito. Mas Sakura não gostava desse tipo de coisa, ainda mais quando sabia que o erro não tinha sido cometido pela pessoa que estava se desculpando.

— Eu quero ignorar essa questão, isso não é importante comparado ao problema que temos nas mãos agora. Eu achei que todas as crianças poderiam ficar bem, mas se tiverem mais delas como o garoto naquele leito. — Era notável nos olhos dela que estava exausta, estressada e totalmente preocupada. — Talvez precisaremos estudar caso a caso para termos certeza de que nada aconteça.

— Quais as chances de casos como o dele serem frequentes a partir de garota? — Gaara perguntou, parecia receoso, ele observava a bochecha machucada de Sakura com uma certa intensidade.

Aquilo estava me irritando, mas eu sabia que tinha algo muito mais importante precisando da minha atenção.

— Eu preciso rever todos os casos minimamente parecidos com o da família Matsuda, mas talvez não sejam tão poucos quanto imaginamos. Fora o fato de ainda termos que descobrir o que está causando tudo isso, como estão sendo envenenados.

— Envenenados? — Pelo menos eu não era o único a não estar completamente a par de tudo.

— Tsunade-sama descobriu que o que está causando isso é um veneno com efeito tardio, ainda não sabemos muito sobre ele, precisamos de amostras de sangue da criança Matsuda para saber com o que estamos lidando. — Ela explicou os detalhes que já tinha em mente.

Ela mantinha o olhar fixo, como se não estivesse realmente enxergando o que estava a sua frente de tanto que estava perdida em seus pensamentos. Mas eu a conhecia muito bem, ela já devia estar organizando todas as possíveis causas do envenenamento.

— Qual o seu palpite, Sakura? — A voz de Kakashi finalmente foi ouvida, ele tinha se mantido em silêncio até aquele momento.

— Esse veneno não está sendo levado diretamente às crianças, todos estão em contato com ele, mas meu palpite me diz que isso afeta apenas as crianças, que são os seres que ainda não estão totalmente desenvolvidos como os adultos. — Ela cruzou os braços, Tsunade parecia já ter entendido o ponto no qual Sakura estava tentando chegar.

— Só tem um jeito de todos estarem em contato com esse veneno... — Tsunade contatou.

— Uma coisa que alcança todos facilmente, no qual todos têm contato... — Era estranho ver uma completando o pensamento da outra, mas eu sabia que logo isso chegaria uma boa conclusão.

— Tem de ser pela água ou pelo ar. — Sakura disse olhando para sua mestra.

— Ou pelos dois. — Elas disseram juntas.

O Retorno do UchihaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora