II. IX. A Dor em Vida

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Eu andava pelos corredores animada, sorrindo para todos aqueles que passavam por mim. Estava em êxtase, finalmente eu poderia me dedicar a criar um antídoto, só precisei de alguns minutos analisando o sangue de uma das crianças. Isso até me lembrou do veneno criado por Sasori, eu precisei de apenas uma hora para criar um antídoto.

A diferença daquela época para agora, é que eu pude me dedicar inteiramente apenas a uma coisa e ser eficiente, eu precisei me virar em trinta para cuidar das crianças e ainda procurar um jeito de tratá-las de forma definitiva.

Eu estava me sentindo aliviada naquele momento, todas as crianças estavam estáveis e isso me dava algum tempo.

Era só disso que eu precisava, em menos de uma hora eu já tinha a resolução de toda aquela confusão causada por alguém com intenções tão desprezíveis.

Eu me sentia um pouco mais feliz quando via que meus pacientes estava ficando melhores, a vida de uma médica vivia entre altos e baixos com seus pacientes e os parentes que ficavam aguardando notícias.

Todos reagiam de uma forma diferente. Alguns apenas sentavam e deixavam as lágrimas correrem pelos seus rostos, alguns me culpavam, outros tentavam chegar aos meus pacientes de qualquer forma. Quebrando regras e até mesmo me forçando a acionar a segurança.

Quando o desespero aperta e você sente que alguém que ama está em risco, você toma atitudes irracionais. A alma dói, o corpo parece não responder e tudo parece se tornar turvo.

E quando isso se torna real diante dos meus olhos, eu quase posso sentir a o quanto se torna difícil respirar e aceitar tal coisa. Quando se perde alguém, as pessoas te dizem que tudo vai passar, que a vida continua mesmo que aquele alguém especial não esteja mais por perto.

Mas nunca é assim, tudo ao seu redor muda, você apenas se acostuma a não ter mais aquela pessoa por perto. Mas esquecer é algo impossível.

Eu estava serena por não ter que ver ninguém passar por algo assim, a equipe de médicos e enfermeiros de Suna, junto a mim, conseguimos salvar as vidas e famílias daquele que não puderam evitar a infeção.

Eu já estava preparando os soros para todas as crianças, com um pequeno sorriso, ansiosa para ver aquelas crianças correndo e se divertindo pela rua novamente.

Porém, como nem tudo sai da forma que queremos, vi um dos enfermeiros correndo pelos corredores. Procurando por mim, sua expressão entregava a situação.

Algo tinha dado errado, o problema só estava cada vez pior.

— Sakura-sama, precisamos de você agora! O garotinho, Oshiro.. — Larguei tudo todos os soros, deixando apenas uma ordem de que fossem distribuídos e assim que possível, ser depositado diretamente nos reservatórios de água.

Eu corri até o leito da garota, alguns enfermeiros já estavam ao redor. Assim que me aproximei o suficiente para examiná-la, ela começou a engasgar com o próprio sangue.

— Ponham ela de lado, agora mesmo!

Peguei uma seringa, com um líquido escuro que eu tinha desenvolvido, injetando diretamente em sua veia.

Aquilo teria que dar um jeito, ela já tinha suportado muito até agora, só mais um pouco e ela estaria saudável de novo.

Ela pareceu se acalmar por um momento, quase respirei fundo em alívio, mas logo sua respiração começou a falhar e seu coração já batia lentamente, quase parando.

Isso não podia estar acontecendo, não com uma criança tão jovem!

Massagem cardíaca, o coração dela precisava voltar ao ritmo normal antes que o corpo todo entrasse em choque.

O Retorno do UchihaWhere stories live. Discover now