I.XI. Acerto de Contas

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Eu ainda não tinha me dado conta do fardo que Sasuke carregava, do quão fundo as rachaduras da dor tinha chegado em seu ser e em sua alma.

Me ver machucada deve ter mexido com sua cabeça, mas a grande questão naquele momento não foi meu machucado tão bobo, foi como ele viu aquilo. Eu não estava sofrendo com dor, a dificuldade de respirar só me atrasou um pouco, mas acho que esse pequeno momento deve ter trazido a tona coisas que ele já tinha enterrado dentro de si.

A mente de Sasuke não era tão fria em relação a mim quanto a qualquer outra situação,

Eu queria curá-lo de tamanhos maus tratos, faria com que meu amor chegasse até os mais fundos cortes de sua alma e tentaria cicatrizá-los. Meu maior medo era de não conseguir, e ele acabasse se fechando para o mundo outra vez.

Minha inseguranças tentaram se implantar na minha mente de novo, mas depois que Sasuke declarou o seu amor, inseguranças não tinham mais chances de me desestabilizar. Mas eu sempre iria temer pelo seu coração machucado, era inevitável.

A proximidade entre nós sempre aquecia minha pele, algo que eu passei a gostar desde a primeira vez. E isso distrai minha mente de qualquer preocupação.

Sasuke tocou minha pele rapidamente, como se por mais leve que fosse o seu toque, ele fosse me profanar de alguma forma. Ele era cuidadoso demais. Mas eu sempre fui uma pessoa atípica, desde menina até mulher feita, não tinha paciência para toda a sua tradicionalidade.

— Eu não vou quebrar se você encostar em mim.. — Digo me aproximando mais, colando nossos corpos. — Estou completamente bem, aquilo foi um descuido muito bobo.

— Você já foi quebrada hoje, não seja irritante e vá descansar. — Ele diz no seu tom de desinteresse.

— Sasuke-kun, você sequer vai me olhar nos olhos enquanto fala comigo?

Mesmo ainda estando dolorida, estava disposta a aproveitar o tempo que ainda tinha com ele e me divertir descobrindo várias facetas das sua personalidade. Era bom saber que meu amor era correspondido com toda intensidade,

Quando suas bochechas ficaram levemente vermelhas, eu senti que tinha conseguido minha vitória. Mas quando seus lábios chegaram aos meus, quase me derreti, meu corpo inteiro se acendeu.

Os lábios dele pareciam mais macios e deliciosos a cada vez, era estranha a sensação de tê-lo e mesmo assim não parar de desejá-lo.

— Você vai descansar enquanto eu dou uma olhada em tudo por aqui. — Ele diz baixinho assim nos separamos, nem ao menos tive tempo de pensar numa resposta contrária a sua.

"Você deveria ter dito para ele ficar..", cala a boca, inner!

Ele saiu do quarto me deixando ali para descansar, mas mesmo que eu tentasse, alguns ruídos não deixavam meus olhos se fecharem. Um pouco mais de atenção e pude notar que não eram simples ruídos e sim alguém agonizando com dor.

O barulho me levou até o quarto ao lado, anunciei minha entrada antes de encontrar Akira enrolando uma bandagem em sua perna enquanto seu irmão ao observava apavorado.

— O que faz aqui? Já conseguiu se curar tão rápido? — Ela perguntou mal humorada, eu não sabia dizer se aquela era sua personalidade rude ou se estava agindo assim por conta da dor.

— Tenho os meus truque. — Respondi com um sorriso doce. — Talvez eu possa te ajudar com isso aí..

— Não preciso de ajuda. — Ela retruca ainda mal humorada.

— Em tempos difíceis, o orgulho que mantém para recusar uma ajuda não te leva a lugar nenhum, a não ser o caminho da solidão. — Digo me aproximando e fazendo-a parar com seu trabalho.

O Retorno do UchihaWhere stories live. Discover now