II. VII. Conflito Interno

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As coisas mais importantes não estão escritas num livro, é preciso aprendê-las vivenciando-as sozinho.

Assim como eu imaginei, a família Matsuda era apenas o primeiro caso complicado que estava prestes a surgir. Assim que chegamos em Suna, meus estudos a respeito daquele veneno começaram, com ajuda do Kazekage.

Ele tinha disponibilizado seus laboratórios e bibliotecas, e com ajuda do seu olhar preciso, as coisas estavam se tornando mais fáceis.

A primeira coisa a fazer aqui era descobrir como as crianças estavam sendo envenenadas, e assim como minhas suspeitas indicavam, tudo estava se espalhando pela água.

Algo no qual todos precisavam, tinham acesso e não notaram nenhuma diferença. O primeiro passo foi limpar todas as reservas de água possíveis, mas eu ainda tinha aquilo como uma solução temporária. Quem quer que tenha feito isso, poderia facilmente acessar esses canais e depositar todo o veneno.

Eu estava quase conseguindo chegar a um antídoto para os infectados, faltava bem pouco para descobrir sobre os sintomas e um jeito de tratá-los rapidamente.

Mas mais importante do que tratá-los, era descobrir quem estava provocando toda aquela situação.

Alguém devia estar na espreita naquele momento. Aquela parecia ser uma jogada muito estratégica, alguém planejou isso tudo muito bem. Por mais que eu pensasse, não conseguia imaginar quem seria. Aquilo estava me frustrando ainda mais, ficar no escuro era estressante.

— Vejo que está imersa em pensamentos. — Seus olhos em tom verde opaco chegaram até a mim.

Eu sorri para ele, uma reação automática e ao mesmo tempo, natural. Gaara trazia um ar ameno consigo, era bom conversar com ele, minha mente ficava muito mais leve e eu conseguia pensar em mais possibilidades.

— As crianças estão ficando melhor pouco a pouco, você está fazendo um bom trabalho. — Ele olhava alguns livros, observando aqueles que eu estava lendo.

— Vou achar isso também assim que tudo estiver resolvido, e as crianças não estejam mais correndo nenhum perigo. — Eu respirei fundo.

— Você parece cansada, acho que ficar tão estressada e preocupada não vai te fazer bem. Você também precisa se cuidar, precisa estar bem antes de cuidar dos outros.

— Você está certo. — Digo fechando o livro que tinha em mãos e o colocando de volta na estante.

Um esboço de sorriso apareceu em seu rosto, assim como Naruto me disse uma vez, depois que Gaara se permitiu ser quem realmente é, ele tem se tornando um amigo cada vez melhor.

— Você deveria ir descansar, pelo menos por agora, se algo acontecer você será a primeira a ser chamada. — Ele tentou aliviar a barra para mim, parecia realmente preocupado.

— Minha mente não consegue parar, a ideia de quem fez isso e porque, não saí da minha cabeça. São só crianças, inocentes. — Digo com um certo peso na consciência, eu não entendo o que poderia estar acontecendo comigo naquele momento.

— Eu sei que pra você é difícil, todos os médicos enfrentam seus infernos pelos pacientes, eu talvez não entendo bem o que é passar por isso. Mas sei que você está tentando lidar com isso da melhor forma possível. — Era bom escutar algo daquele tipo.

Meu coração ficou mais leve com o decorrer daquela conversa, até mesmo deixei de notar que aquela biblioteca não contava mais só com a presença de nós dois. Mas assim que vi seu olhar logo atrás do Gaara, soube que tinha algo de errado.

— Oh, Sasuke-kun! — Seu rosto revelava que o seu mal humor era imenso, mas ainda assim, sorri para ele.

Ele se manteve em silêncio, e eu apenas o acompanhei com o olhar quando ele veio se colocar ao meu lado. Eu não conseguia acompanhar o que estava acontecendo ali, mas vi olhos ônix e verdes opacos em um embate.

O Retorno do UchihaWhere stories live. Discover now