III.IX. Olhos e Janelas

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Os olhos são as janelas para a alma...

Não lembro onde ouvi aquilo, mas se encaixava perfeitamente com Sasuke, eu podia lê-lo com facilidade quando olhava no fundo dos seus olhos. Eu podia saber o quão sério estava falando pela sua postura rígida e o seu olhar frio, aquele era um Sasuke que eu só via em campo de batalha.

Não banquei a teimosa, não importava o que eu podia pensar naquele momento, o quanto eu queria saber o que estava acontecendo para saciar a curiosidade e preocupação dentro de mim. Quando eu o vi daquela forma, não poderia ir contra ele mesmo que quisesse, eu queria apenas me sentar um pouco e sentir ele por perto.

Queria sentir sua mão sobre a minha, deitar a cabeça no seu peito e me sentir em segurança novamente, sentir o meu lar. Afinal, Sasuke é o meu lar.

Karin agarrou a minha mão e seguimos apressadas para uma direção que eu sequer conhecia, eu tentava ao máximo não atrasar a nós duas, mas não é como se eu pudesse sair correndo e saltitando no meu estado atual. Mas a situação parecia estar contra mim naquele momento, eu parecia ser a única a não saber o que estava acontecendo.

Aqueles idiotas tendiam a esconder as coisas de mim para que eu não me preocupasse com nada, eu me sentia presa em uma pequena bolha quando isso acontecia, me sentia um pouco excluída e acabava descontando tudo no Sasuke depois. Mas eu vi nos seus olhos, que aquele não era um bom momento para desafiá-lo.

— Pra onde nós vamos? — Ousei perguntar, enquanto Karin não desvinculava sua mão da minha nem por um mínimo segundo.

— Qualquer lugar que seja seguro. — Ela disse com um tom de voz nada calmo. — Muito chakra, muito perto... é frio.

Acho que ela nem ao menos estava falando comigo, talvez era para si mesma, mas aquilo não saiu da minha cabeça nem por um só instante. Até ela me puxar para uma área em construção, parecia meio vazia naquele momento, Karin me ajudou a sentar no chão, antes de fazer o mesmo bem ao meu lado. Ela aos poucos ia conseguindo perceber que eu não aguentava andar tão rápido, precisava ir no meu ritmo, mas a situação não me permitia tal coisa.

— O que é que está acontecendo? — Perguntei, deixando que o estresse me tomasse por um instante.

— Não saia daqui, por mais que ouça algo, não se ponha em risco. — Ela disse, antes de se levantar novamente.

— Aonde vai? — Perguntei segurando o seu pulso com força, eu não queria ficar sozinha numa situação como aquela.

Ser a única que não entendia o que estava acontecendo se tornava muito assustador, mas estar sozinha em meio ao perigo — sem saber exatamente o que exatamente era perigoso —, conseguia ser muito pior.

— Apenas fique aí, você não vai poder ajudar no seu estado atual e estar em meio a uma luta agora seria muito perigoso.

— Karin! — Ainda tentei chamá-la, o mais baixo que consegui, pois não me senti segura para falar mais alto.

Estar no escuro era assustador, ser a única cega entre eles, porque todos me consideravam tão quebrável ao ponto de esconder todo e qualquer assunto que pudesse gerar o mínimo de perigo. Eu odiava aquela sensação, de me sentir impotente e fraca, eu prometi a mim mesma que jamais deixaria que meus pensamentos negativos me fizessem sentir assim de novo.

Depois de toda a experiência que tive na floresta da morte, depois de ver o Sasuke em puro descontrole com a marca da maldição e Naruto sem consciência, eu prometi a mim mesma que jamais poderia falhar outra vez.

Eu não posso falhar, não posso!

Meu íntimo me dizia que eu deveria voltar até lá, mas ao mesmo tempo tinha medo que isso apenas piorasse tudo. Eu queria proteger meu bebê, proteger Sasuke e apenas isso. Era pedir demais um pouquinho de tranquilidade — depois de todo o inferno que passamos — para finalmente estarmos juntos?

O Retorno do UchihaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora