A pequena Winchester III

Graça e sangue

Dean Winchester

Nick tinha marcado um encontro com a gente e com isso, conseguimos traze-lo para o bunker. O amarramos no porão e eu comecei a tortura-lo, para descobrir onde Amy estava enquanto Sam, Mary e Jack tentavam descobrir o que a frase que Amy tinha dito significava.

- Onde está minha irmã?- soquei seu rosto pela vigésima vez. Ele apena riu- o que você quer Nick?

- Quero ver meu filho- respondeu. Parei um instante e o olhei desconfiado. Respirei fundo e fui até onde os outros estavam.

- Ele disse onde Amy está?- Sam perguntou assim que me viu e eu neguei com a cabeça- bom, conseguimos traduzir o que ela disse- ele pegou a bíblia- escuta: Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;

- E o que significa?- questionei cruzando os braços. Ele negou com a cabeça, indicando que ainda não sabia- Nick disse que quer falar com Jack, a sós.

- Não- Mary repreendeu- é claro que não.

- Eu não tenho medo dele- Jack defendeu- e temos que encontrar a Amy.

- Eu também quero encontra-la, ela é como uma filha pra mim, mas o Nick é perigoso.

- Não temos escolha- Sam concordou com Jack .

- Não podemos perder tempo- completei- toma cuidado lá e baixo, Jack.

O garoto concordou com a cabeça e saiu apressado até o porão, minha mãe e eu fomos atrás e esperamos do lado de fora enquanto Sam trabalhava no antídoto para o veneno que Nick havia injetado em nossa irmã. Depois de muito tempo, Sam apareceu dizendo que tinha conseguido, só precisávamos encontra-la e tudo ficaria bem. Mas Jack estava demorando muito e eu estava ficando nervoso.

- Então, como foi?-Mary perguntou assim que Jack saiu pela porta.

- O Nick vai mostrar onde está a Amy- aquilo era uma surpresa, não pensávamos que seria tão fácil.

- Beleza, então vamos.

Sam Winchester

Tínhamos chegado até o local onde Nick disse que Amy estava, Dean desceu do carro e foi busca-la enquanto eu vigiava Nick. Mary e Jack havia ficado no bunker esperando. Um tempo depois meu celular tocou, sai do carro para atender por que Nick não parava de cantar.

- Mãe? o que foi?- perguntei.

- Aquela seringa que encontramos no bolso do Nick quando o trouxemos pro bunker, ele disse que era veneno mas mentiu. Jack disse que é graça de anjo. Nick injetou graça de anjo na Amy.

- Tem certeza?

- Tenho, Sam.

- Droga- desliguei o celular, peguei minha arma e mandei Nick sair do carro- não era veneno, você injetou graça de anjo na minha irmã, por que?

- Profetas são como rádios antigos, aumentam a energia, misturam as frequência...

- Rádio?- interrompi- com quem estava tentando se comunicar?

- Busque em seus sentimentos.

- Não, Lúcifer morreu. Ele ta no Vazio...

- É, e ta acordado. Com ajuda da sua irmãzinha profeta, eu tive uma conversa com ele que me disse como traze-lo de volta. Ah qual é, ninguém mais fica morto hoje em dia, só precisa de trabalho duro, novos amigos... onde acha que consegui graça de anjo?- arqueei a sobrancelha- demônios, eles querem Lúcifer de volta tanto quanto eu.

- DEAN!- gritei para ele se apressar. 

Nick, de algum jeito, se soltou das algemas e socou meu rosto. Então começamos a lutar, eu o derrubei no chão, subi em cima dele e soquei seu rosto várias vezes. O enforquei até que ele ficou desnorteado, mas então ele pegou uma pedra e bateu na minha cabeça. Cai pro lado, com a visão turva....

Dean Winchester

Entrei no depósito em passos apertados, o que eu mais queria agora era ver minha irmã sã e salva. E quando entrei na sala onde ela estava amarrada, meu coração se apertou, minha irmãzinha nunca se entregaria sem lutar e por isso ela estava toda machucada.

- Ei, Amy- soltei as cordas que prendiam suas mãos e me agachei ao seu lado, tirei o pano que estava em sua boca e segurei seu rosto.

- Dean- choramingou com a voz fraca.

- Eu to aqui- ajudei ela levantar- vamos sair daqui, ta? eu vou tirar você daqui e...

-DEAN!- escutei o grito de Sam e com isso, três caras apareceram. Eram demônios.

Coloquei Amy atrás de mim, a protegendo, e me armei com a adaga angelical. Um deles veio pra cima de mim e nós lutamos, soquei seu rosto e ele socou o meu de volta, e na segunda tentativa dele eu desviei e enfiei a adaga no seu peito. O segundo cara chutou minha barriga e eu dei de costas com a parede, e então os dois vieram pra cima de mim. Chutei um e soquei o outro, e o que eu soquei tentou me enforcar mas fui mais rápido e enfiei a adaga nele. 

O último cara veio com tudo, me socou e roubou adaga, ele me derrubou e levantou a adaga em minha direção. E como um flash, vi os cabelos loiros da Amy na minha frente, a adaga atravessando suas costas e o sangue. Ela socou o rosto dele, tirou a adaga do seu corpo e cravou a arma no peito do demônio. Então os dois caíram juntos no chão.

-Não, não...- fui até ela, tentando estancar seu ferimento- Amy...vai ficar tudo bem.

- Você tem que ir- falou ofegante- impedir o Nick.

- Não, não vou te deixar- eu segurava as lágrimas. 

- Dean, vai!- ela colocou a mão no meu rosto- ta tudo bem.

- Não...- não consegui me manter firme e chorei. Ela forçou um sorriso, mas lágrimas escorriam pelo seu rosto- fica comigo irmã, por favor fica comigo. Aguenta.

- É assim que termina, irmãozinho- ela sussurrou, seus olhos estavam quase fechando. Escutei a buzina do carro, estava acontecendo alguma coisa lá fora e Sam precisava de ajuda.

- Não, Jack vai curar você. Igual ele sempre fez, você vai ficar bem- ela negou com a cabeça.

-Não dessa vez- sorriu, mas seu sorriso sumiu quando ela gemeu de dor- diz pro Sam e pro Jack que eu sinto muito, e que eu amo eles- sua respiração estava ofegante- pede pro Cass...cuidar de vocês. E a Mary...ela vai...- ela gemeu de dor outra vez.

- Não, não... você que tem que cuidar da gente, lembra? você é a mais esperta- sorri em meio as lágrimas- a melhor Winchester que existe. 

- Eu te amo, Dean- seus olhos se fecharam lentamente, sua respiração foi ficando mais leve até que parou. Seu corpo amoleceu e eu não senti mais sua pulsação. 

-Amy...- acaricie seu rosto- eu também te amo, por favor, abre os olhos. Por favor!- abracei seu corpo fortemente enquanto meu coração se despedaçava. A culpa era minha, a culpa era toda minha.

Um grito me despertou, era Sam. Deitei o corpo dela no chão, beijei sua testa e me levantei. Sai correndo até Sam, de longe pude ver o carro vazio e escutei meu irmão gritando meu nome. E quando cheguei lá, vi ele caído no chão com um sangramento na cabeça.

- Sammy?- me ajoelhei ao seu lado- por favor Sammy, não posso perder você também.

- Amy...- ele estava muito mal, o ferimento era grave. 

- Não consegui salvar ela, não consegui salvar nossa irmãzinha.

- O que?

- Nossa irmã se foi, Sam.