Mentiras

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Amy Morgam Winchester

Eu dirigia em direção ao bunker. Castiel iria ficar com Kelly e cuidar dela, como ele havia prometido. E o que ela tinha nos mostrado não saía da minha cabeça, e segundo Castiel, aquilo era uma profecia, era o meu destino e o de Jack. Mas era estranho, por que Jack não tinham nem nascido ainda, ele era apenas um bebê em formação, e eu, uma adolescente de 16 anos.

Não sei se estávamos ligados de forma romântica, mas eu sabia que nossas almas tinham uma conexão, era como se ambas se completasse. Eu sentia isso toda vez que chegava perto dele, e foi essa conexão que me fez encontrar Kelly. Nós dois tinham uma empatia forte, ele sempre sabia quando eu estava em perigo e eu sempre sabia como encontra-lo, como se fosse um radar.

Porém, eu não poderia pensar nisso agora, já que ainda não tinha inventado uma desculpa para contar aos meus irmãos e Mary. E quando estacionei o carro na frente do Bunker, eu sabia que estava ferrada. Sai do carro com duas sacolas de comida na mão, já que foi por isso que eu tinha saido, e entrei no bunker.

- Amélia Morgam Winchester, onde você se meteu?- era Dean. Sam e Mary estavam parados ao seu lado, todos com cara de bravos.

- Eu sei que estão bravos...

- BRAVOS?- ele me interrompe- você acha que estamos bravos?- ele ri irônico, aquilo não era nada bom.

- Dean, acalme-se. Deixe ela falar- Mary tenta manter a paz.

- Onde você estava?- vez de Sam perguntar, diferente de Dean, ele estava mantendo o controle.

- Eu fui comprar a comida que você pediu Dean- comecei- mas ai Castiel apareceu pedindo ajuda.

- O que ele queria?- o loiro perguntou. Eu teria que improvisar.

- Nada de mais, ele tinha achado uma pista sobre o paradeiro de Kelly em um convento de freiras, ele queria que eu entrasse disfarçada e procurasse por ela ou por alguma coisa que pudesse ajudar. Eu o ajudei, mas não encontramos nada.

- E tudo isso levou 7 hora?- questiona Sam. Concordo com a cabeça, e todos suspiram aliviados- e por que desligou o celular?

- Por que vocês iam ficar fazendo perguntas, e mais perguntas...não tínhamos tempo pra isso.

Dean vem até mim e pega as sacolas de minhas mãos, ele olha dentro delas e depois olha pra mim.

- Pelo menos você trouxe torta.

...

Fazia muito tempo que eu estava deitada na minha cama esperando o sono me pegar, mas eu estava inquieta. As imagens daquela visão rodavam em minha cabeça, um sentimento de ansiedade tomou conta. Eu estava ansiosa para o nascimento de Jack, estava ansiosa para nosso encontro. Seria isso uma coisa normal?

Joguei as cobertas pro lado e pus meus pés no chão.

Olhos brilhantes.

Senti uma dor de cabeça aguda e caí de joelhos.

Mary caiu no chão.

Minhas mãos tremiam e eu começava a suar frio.

Mary não respirava.

Me senti enjoada.

Olhos brilhantes.

Minhas mãos pararam de tremer e eu corri pro banheiro, levantei a tampa do vaso e vomitei.

- Lá se vai o meu jantar- resmunguei enquanto dava descarga. Minha cabeça latejava e agora havia um gosto ruim na minha boca. 

Sentei no chão do banheiro, tentando entender aquela visão, só que nada fazia sentindo. Okay, eu não era tão burra assim e sabia que poderia significar a morte de Mary, mas aqueles olhos...era o que me deixava confusa.

Escovei os dentes e lavei o rosto. Eu senti fome e precisava de um analgésico, minha cabeça parecia que ia explodir. Fui para a cozinha, tomei o remédio e preparei uma tigela de cereal.

- Não devia comer cereal a essa hora- Mary disse me assustando- a quantidade de açúcar que tem nisso pode te dar cáries em um estalar de dedos.

- Foi o Sam que te disse isso?- perguntei sorrindo.

- Foi, as vezes parece que ele é a mãe e não eu- nós duas rimos. Ela pega outra tigela e se serve também.

- Por que tá acordada essa hora?

- Tem uma coisa que não sai da minha cabeça- a olhei curiosa- olha Amy, aquelas coisas que eu te disse...não é verdade. Eu não te culpo por nada e muito menos te odeio...

- Aquela não era você Mary, tá tudo bem- a interrompi.

- Não tá tudo bem Amy, eu me sinto mal por isso- ela abaixa o olhar- eu menti pra vocês, deixei os Homens Britânicos de Letras mexerem na minha cabeça...eu virei um monstro.

Ver Mary daquele jeito me deixava triste, não era culpa dela.

- Se serve de consolo, eu andei mentindo também- ela arqueia a sobrancelha- eu disse que não me lembrava do que tinha acontecido e não sabia como estava viva, mas era mentira.

- Por que mentiu?- ela pegou na minha mão como se dissesse que estava tudo bem e que eu poderia confiar nela.

- Para proteger alguém.

- Kelly e o bebê- meu coração acelerou, como ela sabia?- aquela sua história de convento estava meio estranha- ela sorri- não se preocupe, não vou contra aos meus filhos. Mas você tem certeza de que  o que você tá fazendo é o certo?

- Eu tenho Mary, aquele bebê me salvou. Eu sei que é loucura, e sei que todo mundo acha que ele é o anticristo mas eu sei que não. Sam e Dean ainda não entendem isso, por isso não posso contar nada à eles.

- Se você acredita que essa criança será boa, então deve ser verdade- ela me olha com compaixão- vou guardar o seu segredo.

- Obrigada Mary. Os meninos tem sorte de ter você como mãe, que bom que você voltou.

- Estou feliz por estar de volta!

A pequena Winchester IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora