Peso morto

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Amy Morgam Winchester

Em menos de uma hora, vários caçadores estavam reunidos na sala de estar da casa de Jody. Entre eles, Walt e Roy, os dois caçadores que nos mataram alguns anos atrás. Os meninos tinham um plano e eu estava de acordo, aqueles Britânicos safados iriam pagar.

- Bom, eu chamei vocês aqui- começa Sam- por que a nossa gente tá sendo massacrada, e somos os próximos. Os Homens Britânicos de Letras vieram pra cá pensando em fazer nosso trabalho melhor do que nós e nos ajudaram com equipamentos e tecnologias, mas alguns de vocês tiveram o bom senso de rejeita-los. Mas eu não. Eles disseram que queriam o mesmo que nós, um mundo livre de monstros...mas não era o que eles queriam. Eles querem o controle. E mataram pessoas, pessoas inocentes só por que estavam no caminho deles. Eles acham que os fins justificam os meios, mas nós sabemos que não. Sabemos que caçar não é só matar, é fazer o que é certo. Nós seguimos nossas regras e por isso eles nos querem mortos, por que isso da medo neles. Somos os únicos que eles não conseguem controlar.

- E o que você quer de nós?- Roy pergunta.

- Eu quero que vocês me sigam, venham lutar contra eles. E vence-los, antes que eles nos vençam.  Atacamos rápido e forte, lutamos e batemos neles até eles se renderem ou até eles morrerem. Eles são bem treinados e armados, alguns de nós podem não voltar, mas vamos vencer.

Sorrio orgulhosa do meu irmão, foi um belo discurso. Mas eu e Dean não poderíamos participar da batalha, estávamos feridos e isso faria de nós um peso morto. Então, para não atrapalharmos, resolvemos e ficar e tentar trazer Mary de volta, Dean estava confiante de que iriamos conseguir.

- Você vai dar conta- Dean disse a Sam, eles se abraçaram- vê se volta cara.

- Claro- respondeu o moreno. Eles saem do abraço e Sam vem em minha direção.

-  Acaba com eles maninho!- incentivo.

- Pode deixar- ele me abraça forte e eu retribuo.

- Não morre, okay?- eu segurava as lágrimas, não ia chorar na frente deles.

- Eu prometo- ele da um beijo no topo da minha cabeça e depois vai embora junto com os outros caçadores.

...

Dean, Bevell, Mary e eu voltamos ao bunker. Meu irmão tinha um plano maluco  para tentar trazer a mãe de volta, eu não concordava com aquilo, mas não impedi. Se fosse ele ou Sam no lugar da Mary, eu faria o mesmo.

Meu irmão ajudou Bevell a pegar os equipamentos que ela iria precisar, enquanto eu fiquei de olho em Mary. Ela me encarava de forma assustadora, como se pudesse enxergar minha alma através dos meu olhos. Tentei ignorar, mas então ela começou a falar.

- Sabe que tudo isso é culpa sua, não sabe?

- Não fui eu quem trouxe os Homens Britânicos de Letras pra cá- respondi.

- Não estou falando deles, estou falando de mim.

- O que quer dizer?- a encarei curiosa.

- Eu poderia ter ficado aqui com meus filhos, caçado com eles, assim eu não teria aceitado a ajuda de Ketch- ela sorri- e nada disso teria acontecido.

- E por que isso seria minha culpa?- cruzei os braços.

- Por que eu não consigo olhar pra você sem lembrar que você é filha do meu marido morto, de uma traição, você é uma bastarda. Eu não consegui ignorar esse fato, por isso fui embora, por que toda vez que eu olho pra você, eu sinto dor e raiva. Não sei como meus filhos te aceitaram na família, mas eu nunca, nunca vou aceitar você. Eu te odeio.

Aquilo doeu. Eu não pude responder por que logo em seguida Dean e Bevell chegaram, engoli o choro e limpei as lágrimas rapidamente.

- Estamos prontos- avisou o loiro- tudo bem Amy?

- Tudo-  respondi sem olha-lo.

- Bom, vamos começar então- a mulher puxou uma cadeira para que meu irmão sentasse- esses eletrodos  vão fazer com que você possa entrar na mente da Mary em nível psíquico - ela colocou os eletrodos na cabeça de Mary e depois na de Dean- mas, dentro da mente dela, você vai precisar de alguma concentração e habilidade, não há tempo para lhe ensinar o procedimento, então, estou apostando nisso- ela mostra uma seringa.

- O que é isso?- perguntei.

- Esse composto pode deixar a pessoa rígida- ela injetou em Mary- vai atingir o tronco e o lóbulo frontal.

Mary acabou dormindo. Bevell injetou o mesmo líquido em Dean, que logo depois adormeceu também. Minutos se passaram, o que Mary tinha dito me afetou, e se ela estivesse certa? será que era culpa minha? ela me odiava mesmo?

Um barulho vindo da porta do bunker me tirou de meus pensamentos, não poderia ser Sam, ainda estava cedo. Fiz um sinal para que Bevell ficasse quieta, peguei minha arma e andei silenciosamente até o hall de entrada. A porta do bunker estava aberta mas não tinha ninguém lá. Subi as escadas e estava prestes a fechar a porta quando Ketch correu em minha direção, tentei atirar mas ele jogou minha arma longe.

Ele chutou minha perna machucada, me apoiei no corrimão, ele chutou meu peito e eu caí. Por alguns segundos senti meu corpo flutuar e então veio o impacto, senti todos os ossos do meu corpo se quebrar. Ketch sorria enquanto me assistia engasgar com meu próprio sangue, fechei meus olhos por um momento, e esperei enquanto a vida era tirada de mim.

A pequena Winchester IIIWhere stories live. Discover now