Marcas da guerra

63 14 87
                                    

11 de maio de 849 da 10° Era do mundo

Ontem eu e minha equipe fomos enviados para capturar ou matar o Inquisidor, mas acabamos por levar uma grande surra.

Depois de irmos da nave até a costa oeste de Balor, um healer estava pronto para iniciar a seção de cura de Maglor, que estava quase sem um braço. Magnos e Cacio só tinham algumas costelas quebradas, nada com que se preocupar. E se for parar para pensar, apenas eu e Clarys causamos grande dano ao Inquisidor, que fugiu com o rabo entre as pernas.

Por hora nós estamos indo de nave até Malek para Maile, um dos últimos reinos élficos ainda de pé. Ah, posso até ver nosso comandante cuspindo fogo quando souber que falhamos.

Mas o que me intriga é o fato de eles terem destruído o próprio transporte de carga. O que tinha de tão valioso naquele contender que eles não arriscariam que caísse em nossas mãos, e porque explodi-lo?

— Annie, venha aqui! — a voz de Magnos. Me levantei do meu assento na nave. Os assentos ficavam um de frente para o outro e próximos à cabine dos pilotos. Um pouco mais atrás, descendo uma escada ficava a área de carga, por onde estavamos. Andei até a cabine e parei me recostando ao lado direito da porta e segurando a parte esquerda com minha mão esquerda. — Assuma — ele disse enquanto apertava alguns botões e depois se levantou de seu assento. Me sentei onde ele estava enquanto ele seguia por onde eu vim.

— Você foi muito bem naquela luta — disse Cacio sentado no assento de copiloto.

— Não acho que posso chamar aquilo de luta... apanhamos feio.

— Sim, mas mesmo assim... — ele fez uma pequena pausa. — Você foi bem corajosa.

— O-Obrigada... — falei meio sem jeito. Isso foi estranho, ele não é de ficar elogiando.

Cacio tinha um cabelo castanho escuro e olhos acinzentados, algo que combinava com seu rosto quadrado de galã. Ele é mais alto que eu, tendo seus 1,80 e eu meus humildes 1,60; a altura média padrão de elfos, no meu caso meia-elfa.

Magnos era o mais alto de nós, em segundo lugar vem Maglor, depois Cacio, depois Clarys, fazendo de mim a mais baixa da equipe. Porém sou a mais determinada. Sou uma ótima atiradora e ótima espadachim, mas se eu me comparar ao Inquisidor, sou apenas uma iniciante.

Um suspiro escapou de meus lábios enquanto eu pilotava a nave.

——§——

— Como ele está? — Magnos me perguntou enquanto descia as escadas. Nós havíamos colocado uma maca para que Maglor pudesse descansar. Mesmo que os healers tenham feito um ótimo trabalho curando-o, imagino que ele precisará ficar fora de combate por um tempo.

— Bem... por enquanto — lhe respondi meio pensativa. Eu estava sentada numa cadeira ao lado direito da maca. Magnos se aproximou da maca e olhou para o garoto por um tempo, logo depois colocou sua enorme mão suavemente sobre os cabelos escuros do rapaz. Ele é alto, quase tão alto quanto o homem que acariciava seu cabelo. Pele clara, e ao contrario de Magnos, era um pouco magro.

Maglor é sobrinho de Magnos, seu último parente vivo. Todos os outros parentes e familiares de Magnos foram mortos por Lilith; alguns mortos no sacrifício aleatório para invocar os demônios e parte do Reino Demoníaco em Tamura, os outros, como sua esposa e filha na invasão de Acácia, a capital de Armen, que agora está sob domínio de Lilith e seu exercito.

— O que lhe preocupa?

— Eles destruíram o próprio transporte de carga junto com o que havia no contender. Deveria ser algo muito importante para mandarem "ele" pessoalmente para defender.

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraWhere stories live. Discover now