O cortar dos cordões

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14 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Murien


[Abertura]

— É ali — falei apontando para central de energia de Murien. Eu, Clarys, e os outros de seu grupo estavam sobre um prédio não muito longe da central de energia. Eram pouco mais de duas da madrugada, a festa já havia acabado e a cidade estava um pouco mais calma. Com o inicio da guerra, Murien se tornou uma base para o exercito, e por isso haviam poucos civis ainda morando aqui; apenas alguns comerciantes e os membros do exercito. E como os demônios são muito semelhantes aos humanos fisicamente, as duas raças ficam quase indistinguível. Antes de chegarmos aqui, passamos na armaria da cidade, onde peguei uma espada para mim; o Celestial disse que não precisava. Um rifle de precisão para a Sniper, e uma lança para aquele lanceiro.

— Não achei que fosse tão grande... — disse Clarys impressionada. Sim, a central de energia de Murien é uma enorme torre, com pouco mais de vinte metros de circunferência, trinta e dois metros de altura, além de um enorme muro com uma área de mais ou menos cinquenta metros. Lotada até o talo de guardas e sensores de mana.

— Eu vou primeiro e desligo e sistema de segurança. Não precisamos chamar atenção — voltei a falar.

— Eu vou com ele — o Celestial de nome Kaizan falou. Ele, assim como eu, usava uma espada como arma. Acho que já o enfrentei no passado.

— Certo — respondi.

— Darei cobertura — a Sniper de nome Annie falou enquanto posicionava o rifle do para peito do prédio. Acenei para ela em confirmação, que acenou de volta.

Olhei para o Celestial e saltamos do prédio, que não era muito grande; três andares. Eu e o Celestial então começamos a andar em direção ao portão de entrada da central de energia.

A torre ficava um pouco afastada do resto da cidade, com uns cem metros entre ela e o prédio mais próximo, que é o que eu e o Celestial estávamos momentos atrás.

Eu de repente parei fazendo o Celestial parar também. — O que foi? — ele perguntou tentando não chamar atenção.

— Aquele cara. O de armadura roxa, Melaphir. Ele me odeia e pode suspeitar de algo — falei. — Ele é um dos nove cavaleiros demônios mais fortes.

— E sou um Celestial. Podemos com ele. Agora vamos continuar — ele disse sem hesitar. Ao contrario do Celestial, eu conheço a força do cavaleiro roxo, e posso dizer com segurança que não faço ideia de qual de nós venceria em uma luta seria. Bem, acho que estou perto de descobrir...

Passamos facilmente pelo portão de entrada. Só de me ver, os guardas cegamente me deixaram entrar, o problema é Melaphir alguns metros à frente. Ele está posicionado a noroeste de nós com uns trinta metros entre a gente, e para facilitar, ele está de costas para nós. — Entramos — falei pelo comunicador.

Eu e o Celestial continuamos andando até que finalmente passamos por Melaphir, que não nos viu. Olhei para Kaizan ao meu lado direito e sorri aliviado, ele fez o mesmo. — É você Adam?! — ouvi a voz dele soar atrás de mim. O guarda deve ter me visto e comentado algo. Olhei para o Celestial que acenou para mim.

— Ah, olá! — falei o mais amistosamente possível enquanto me virava em direção a ele. — O que faz aqui? — perguntei.

— Eu quem deveria lhe perguntar isso — ele disse cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha. — O que faz aqui?

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora