A batalha em Argos - Parte III

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19 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Base Argos



Pouco tempo se passou desde que nos separamos de Adam. Só foi preciso um primeiro encontro, que hordas e mais hordas de inimigos vinham aos montes em nossa direção. Corremos, lutamos e nos esgueiramos por entre os corredores da estação Argos. De acordo com o mapa que Adam nos deu nós estamos quase nas vilas, localizadas na atmosfera artificial. Espero que tudo continue bem...

— Clarys? — ouvi a voz de Magnos me chamar, me despertando de meus pensamentos. — Você está bem? — ele perguntou preocupado enquanto colocava sua enorme mão sobre meu ombro.

— Estou bem — respondi com um sorriso. — Só estou um pouco... ah, não é nada... — não quero preocupa-lo com besteiras. Contei uns oito confrontos desde que nos separamos de Adam.

Nós caminhávamos pelos corredores atentos a qualquer coisa. Nero caminhava na frente com Roth logo atrás. Cacio vinha no meio. Eu e Magnos cobríamos a retaguarda do grupo.

— Te conheço por tempo suficiente para saber quando não está me contando tudo — Magnos disse num suspiro. De fato tem algo me preocupando, mas pode ser apenas uma paranoia. Ou podemos dar azar e o que eu acho que pode acontecer realmente acontecer...

— Hmm... — suspirei. — Sinto uma coisa estranha desde que entramos na estação. Não sei explicar, mas é algo com uma quantidade assustadoramente alta de mana...

— Pode ser o motor da estação — Roth comentou. — Adam disse que a estação precisava de uma imensa quantidade de mana para "saltar". Pode ser que isto que está sentido seja o motor aquecendo.

— Parem de conversa fiada e continuem caminhando! — Nero rosnou. — Não podemos chamar atenção.

Olhei para Magnos que deu de ombros depois de ouvir a reclamação de Nero. Ele está certo. Não podemos abusar da sorte. Qualquer deslize, e tudo pode dar errado.

Continuamos andando com cautela por um tempo. Eu e Magnos conversamos aos sussurros em breves momentos. Ele claramente está com medo do que pode acontecer se falharmos; não só ele, todos estamos. Mas ele é quem mais demonstra isso; ainda mais depois de tudo que ele perdeu.

— É aqui — disse Nero. Ele parou na divisória de dois corredores, um para esquerda e outro para direita. — A partir daqui seremos dois times. Eu e Cacio iremos desativar o motor. Vocês: Magnos, Clarys e Roth irão até Lilith. Levem os soldados restantes com vocês. — olhei para trás e contei trinta soldados. Quinze elfos e quinze humanos; todos acenaram com a cabeça. — Não esqueçam! Não a matem até que Clarys tenha retirado o Graal dela. — todos acenaram. Olhei para Magnos, que lançou um sorriso confiante. —Vão. E boa sorte.

Nós então nos separamos. A missão é simples: retirar a mana e o Graal de Lilith e impedir o salto. A parte de lutar contra Lilith não vai ser fácil, mas tenho confiança que conseguiremos dar um jeito! O fato de lutarmos aqui na estação a obriga a se segurar numa luta para não causar danos na estrutura da estação. Essa é a nossa vantagem! Ah, Adam... farei o que for preciso para tirar o peso em seus ombros.

——§——

Eu estava de pé em frente a uma janela observando a batalha se desenrolar. Não entendo muito desse tipo de batalha, mas parece estar num impasse.

— Minha Senhora... — a voz de Alomër soou atrás de mim. — Está na hora.

— Certo — falei sem me virar. — Pode ir então. Eu irei logo.

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraWhere stories live. Discover now