Infiltração - Parte II

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14 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Murien

Aquela garota... ela é a Sniper que enfrentei alguns dias atrás! Isso significa que vão tentar invadir Murien. Tenho que alertar todos... ou talvez... e... e se eu deixar como está? Sem que a garota percebesse, coloquei um dos chips que estavam na caixa no bolço de sua túnica. Vou terminar esta patrulha com Amélia e vou segui-la para ver o que descubro... resolverei isso eu mesmo.

— Ei Adam... — a voz de Amélia me trouxe de volta da onda de pensamentos explodindo em minha mente. — Aquela garota... você a conhece? — ela perguntou com uma sobrancelha erguida.

— Sim... ela é uma... velha amiga — respondi vagamente. Preciso descobrir o que ela faz aqui!

Tirando este encontro inesperado, o resto da patrulha se seguiu sem nenhuma outra surpresa. Em algum momento Amélia me obrigou a pagar um sorvete para ela, mas não liguei muito. Pelo resto da manhã todos os meus pensamentos foram sobre o que aquela Sniper e o lanceiro fazem aqui, embora não seja muito difícil de descobrir.

Antes do meu encontro com eles, Amélia foi buscar uma encomenda, aquela caixa de chips. Eles serviriam para melhorar o alcance dos nossos comunicadores, mas se foram usados isoladamente, podem servir como rastreadores. Sem que a Sniper percebesse, eu coloquei um dos chips no bolso de sua túnica.

Enfim a patrulha terminou. Amélia estranhou o fato de eu não querer voltar para o castelo, mas não posso me encontrar com Lilith ainda. Olhando o transmissor do chip, pude ver que ela está numa estalagem bem perto da entrada da cidade.

——§——

Sentei pesadamente sobre o sofá do quarto da estalagem. Meus pés doíam um pouco por anda tanto. Mas era necessário para memorizar o máximo possível da cidade.

Aqui no quarto também estavam Cacio, Clarys e Kaizan. Clarys sentada na outra ponta do sofá, Cacio sentado numa poltrona aqui do lado, e Kaizan de pé recostado ao lado da poltrona.

— E então? — Clarys começou a falar. — O que descobriram?

— Apesar de a cidade estar num clima festivo... — Kaizan foi o primeiro a falar. — Não tem muitos guardas andando pela cidade.

— E eles podem apenas estar sem o uniforme... — Cacio pontuou.

— Vi uma cavaleira real hoje. Amélia. Não reconheci de primeira, mas eu nunca a esqueceria. Lembram do que ela fez em Armen? — falei.

— Temos que ficar alertas — Alertou Clarys. — Ficaremos aqui esta tarde, e ao fim do dia agiremos. Vi a estação de energia dos escudos da cidade enquanto caminhava pela cidade. Ela fica numa torre perto do palácio. Não vai ser fácil, mas podemos invadir com facilidade.

— Uma coisa me incomoda — Kaizan disse enquanto apoiava o queixo sobre a mão direita e a esquerda sob o cotovelo do braço direito, a clássica posição de quem está pensando. — O Inquisidor pode muito em estar andando por aí sem a armadura negra, bem como o Cacio disse. E se ele viu um de nós?

— Ele não passou por mim — Clarys falou. — Sei como é seu rosto.

— Hmm... como ele é? — perguntei curiosa.

— Um garoto com pouco mais de vinte anos, cabelo e olhos pretos, maio ou menos minha altura...

— Espere! — falei alarmada. — Eu encontrei um rapaz com essa descrição hoje. Ele parecia surpreso em me ver e ficou analisando a mim e a Cacio!

— O que? E por que não disse nada?! — Kaizan perguntou alertadamente.

— Eu apenas achei que ele estava interessado em mim!

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraWhere stories live. Discover now