De volta a Balor

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19 de maio de 849 da 10° Era do mundo


A nave se movia com suavidade sobre o céu noturno. Me sinto como um adolescente violando uma ordem dos pais. Mas eu preciso ver se esta paranoia não é atoa! Entrar e sair sem que ninguém veja, puro stelf. Por sorte eu sou meio vampiro...

De repente as nuvens que antes cobriam boa parte dos céus se dispersaram e pude ver o deserto de Balor iluminado pela luz prata da lua. Quando foi a última vez que fiz algo tão irresponsável?

Inclinei o nariz da nave para baixo. A neve desceu num rasante feroz enquanto minhas costas afundavam no acento do piloto. — Sei que já é tarde para perguntar, mas você tem mesmo certeza que quer fazer isso? — a voz computadorizada da IA de suporte questionou.

— Mesmo que não seja nada, eu preciso ter certeza que não é nada — respondi. Essa IA além de me ajudar com basicamente tudo, também é minha parceira para missões de infiltração como essa. — Ative o modo furtivo — ordenei enquanto nivelava o nariz da nave.

Aterrissei a nave nas sombras de uma pequena elevação de pedra já que a luz da lua era mais forte aqui no deserto. Levantei do acento e caminhei até a área de carga. Lá estavam meu sobretudo preto e meu sabre.

Vesti o sobretudo e pendurei o sabre no meu cinto, a esquerda. — Senhor, não se esqueça do comunicador. Como poderei alerta-lo se algo der errado?

— Oh! Verdade! — falei meio sem graça. Coloquei o comunicador no ouvido esquerdo e caminhei até a comporta traseira. — Deixe a nave pronta para decolar à qualquer momento. Não vou demorar.

— Entendido! — as comportas abriram e eu saí para fora da nave. Estava frio, muito frio. Mas não tanto quanto Karath. Depois de dar alguns passos para fora da nave, a comporta se fechou. — A nave está lacrada senhor.

— Certo. Então vamos começar! Onde quais as coordenadas do local onde foi detectado movimento no espaço aéreo?

— 17 graus para norte senhor. Estamos a pouco mais de 11km até o local.

— Certo, vamos lá! — eu então comecei a correr o mais rápido que pude fazendo a areia do deserto levantar um pouco do chão, mas nada muito chamativo.


(ABERTURA 02)


——§——

Já fazia algum tempo que minha conversa com Alice havia acabado, mas suas palavras ainda ecoavam em minha mente como se tivesse sido agora a pouco.

"Depois que a rebelião de Victor estourou, numa tentativa de me salvar, minha mãe selou minhas memorias e poderes para que eu não pudesse ser encontrada, e me enviou para Zesthirya. Fui criada como uma humana num vilarejo no norte de Dearum."

"Minha vida foi boa e tranquila até meus dezesseis anos. Um dia a cidade foi atacada por demônios e meus pais adotivos foram mortos. Foi por este motivo que me alistei no exercito de Camelot."

Ela só descobriu seus poderes três anos depois disso, quando a batalha de Dorn estava quase perdida. Esta é a primeira coisa que tenho que mudar, ela tem que estar ciente de seus poderes cedo. Quanto mais cedo, melhor!

Um suspiro escapou de meus lábios enquanto eu afundava minhas costas na cama. No dia que os pais dela morreram ela escapou por pouco... — Isso vai ser difícil...

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon