Julgamento por combate - Parte II

10 5 0
                                    

18 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Arena de Murien



A lâmina de seu sabre raspou em meu ombro enquanto eu saltava para trás na tentativa de esquivar. Mal consegui recuperar o equilíbrio quando percebi o escudo de Nero me atingindo com força na barriga. Fui arremessado alguns metros para trás.

Eu então rapidamente lancei meu corpo para frente enquanto desferia um golpe horizontal que Nero facilmente defendeu. Cruzamos espadas por alguns poucos segundos e nos lançamos em sentidos opostos um ao outro.

— Oh! Você é bom — ele disse um tanto alarmado.

— Digo o mesmo deste escudo... — falei ofegantemente.

Com um sorriso orgulhoso no rosto ele avançou numa investida com tudo contra mim. Ao chegar a pouco mais de dois metros de mim, ele saltou no ar. Quase não ouve tempo para reagir enquanto eu lançava meu corpo para trás e a lâmina de seu sabre cortou o colete de couro em meu peito verticalmente. — Tch! — cliquei a língua e quanto jogava meu corpo para trás. Apoiei minha mão esquerda no chão de areia e pedra e desferi um chute contra a mão direita de Nero, onde sua espada estava.

Sua mão foi lançada para cima abrindo uma abertura na qual eu não deixaria passar! Caí de quatro no chão e avancei com o máximo de velocidade que conseguia. Lancei meu braço direito para frente desferindo uma estocada contra a armadura de Nero.

Um som de metal se chocando ecoou pela arena enquanto a poeira levantava numa explosão. — Acertei?! — questionei, mas... — Tch! Claro que não! — falei ao perceber que tudo que consegui foi amassar a armadura no ponto do impacto.

Nero estava parado a poucos metros de mim. Ele encarava o ponto do impacto alarmado. Seus olhos então se voltaram para mim demonstrando raiva.

Pisei com força meu pé esquerdo no chão e elevei minha espada para o alto, a posicionando um pouco acima da minha cabeça.

Meus olhos se moviam rapidamente pela armadura azul de Nero em busca de alguma fraqueza, mas em vão. A armadura era perfeita, nem mesmo um golpe direto fez muito efeito contra ela, mas ao menos consegui amassá-la.

Tch! Como posso vencê-lo?!

Um estrondo me puxou de volta de meus pensamentos. No lugar onde Nero antes estava tudo que havia ali era uma pequena cratera e uma trilha de poeira em linha reta vindo em minha direção, e afrente dela vinha Nero com sua espada erguida.

Sem perder tempo eu também avancei. Nero desferiu um golpe vertical, que esquivei girando meu corpo para trás enquanto desferia um golpe diagonal contra o ombro dele. Ao perceber o movimento, Nero girou o corpo para longe da lâmina de minha espada fazendo com que eu apenas arranhasse sua armadura. De repente senti uma pancada forte em meu ombro direito fazendo com que eu cambaleasse um pouco. Nero havia me acertado com o escudo.

Eu rapidamente me recuperei e ambos começamos a trocar golpe atrás de golpe. Defendíamos e desferíamos golpes numa velocidade assustadora enquanto nos movíamos pela arena fazendo a poeira subir.

Em algum memento desferi uma estocada que fez um pequeno corte em sua bochecha fazendo com sua expressão mudasse drasticamente de levemente irritado, para muito irritado.

Ele então lançou o corpo para frente enquanto desferia uma estocada, que fez um pequeno corte no lado esquerdo de meu rosto quase acertando meu olho. Eu então segurei seu braço direito com minha mão esquerda e o puxei para cima de mim. Apoiando meu cotovelo sob sua axila, eu o ergui do chão enquanto girava seu corpo no ar jogando-o alguns bons metros para trás de mim.

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraWhere stories live. Discover now