DOMINADA PELA MÁFIA - SÉRIE BLOOD & SWEET

CAPÍTULO 13

Meus olhos se abrem quando a lua já está alta no céu e meu quarto banhado pela escuridão. Terminei de negociar com Eric e vim direto para o quarto, sem encontrar nenhuma das meninas. Foi só deitar que dormi, pois o estresse havia consumido as minhas energias. Me sinto exausta, como se mil toneladas estivessem sobre mim, me prendendo na cama. Só levanto quando o incômodo da pele suada com a sensação de banho vencido se tornam mais fortes que o meu cansaço.

Me arrasto até o banheiro e tiro o pijama enquanto abro a torneira da banheira. Na verdade, deveria chamar de piscina particular. É imensa. Encontro potes de sais de banho, óleos aromáticos e espuma em cima da pia de mármore negro. Por que não? Se estou jogando esse jogo, tenho que achar algo para distrair a minha cabeça. Coloco tudo que encontro direto na água, sem me preocupar com a quantidade exagerada. Observo o conteúdo se misturar com a força dos jatos de água.

Ao atingir quase a borda, fecho a torneira e coloco os meus pés dentro da água. Está quentinha, me fazendo estremecer. Não hesito em emergir o corpo de uma vez, sendo abraçada pela espuma translúcida. Volto à superfície, encosto na parede da banheira e fecho os olhos. Os meus músculos relaxam e os cheiros dos óleos amortecem meus sentidos.

Maria Sofia, o que está fazendo? Você deveria estar tentando fugir e não afundando na banheira do inimigo! É o que ouço a minha voz interior gritar entre um respiro e outro, tentando se sobrepor aos cheiros entorpecentes. Não desisti de fugir, mas no meu estado atual não conseguiria passar nem dos portões. É mais lógico seguir com meu plano de "comer pelas beiradas", mas não pretendo ficar aqui até o fim do acordo. Se apaixonar por Eric, tsc. As duas opções são igualmente absurdas. Ele não teria sentimentos por alguém como eu; eu não conseguiria nutrir afeto por alguém como ele.

Mordo a língua e me concentro na sensação, tentando recuperar a lucidez. Preciso colocar a cabeça no lugar... Armar um plano de fuga aos poucos, depois de conhecer mais sobre o lugar. Se eu fizer qualquer coisa na impulsão, posso estragar tudo.

Mas não posso esperar.

Depois do banho. Quando sair daqui vou sentar na cama e planejar a minha fuga. Será amanhã de manhã, antes da aurora, quando todos vão estar dormindo. Se eu sair daqui, tudo se tornará apenas um pesadelo que aconteceu em outra vida. Me apaixonar por ele... Como se fosse possível amar alguém que te vendeu seminua em um leilão. Prefiro morrer virgem a ter qualquer contato com um marginal.

Afundo com raiva e fico segundos submersa, tentando descontar a frustração com mergulhos longos, quase provocando asfixia. Retorno à superfície arfante pela falta de ar, pronta para afundar mais uma vez.

— Existem várias formas para tentar se matar. Se afogar em uma banheira está longe de ser a mais adequada.

Dou um salto pra cima, olhando assustada para trás.

Como uma estátua de mármore esculpida perfeitamente, Eric está apoiado em um dos braços, que por sua vez está esticado, segurando o balcão da pia. A outra mão está escondida atrás de suas costas. Me olhando. Seus olhos são capazes de penetrar minha pele, me fazem sentir mais nua do que já estou. Não gosto da sensação. Não gosto dele estar ali. Não gosto da forma como minhas bochechas enrubescem, como se eu fosse uma menininha colegial virgem. Ok, virgem eu sou, mas já passei da fase.

— Existem... — Bato os dentes, com receio dele estar tão perto. Não queria ter gaguejado. — Existem várias formas de fazer alguém se apaixonar, mas aparecer do nada enquanto ela toma banho também não é uma delas.

Pensei que ele daria mais um de seus sorrisos cínicos iguais aos de um demônio, mas seus lábios permanecem em linha reta, me encarando. Viro o rosto, sem querer dar mais atenção do que aqueles olhos negros merecem.