CAPÍTULO 7

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CAPÍTULO 7


Arregalo os olhos molhados pela pergunta direta. Não sei o que falar. Cada resposta me leva para um destino diferente. Mordo meu lábios, me torturando ao cogitar tudo o que ele pode fazer comigo. O medo me paralisa, meus lábios não se abrem para dizer coisa alguma.

Foi uma má ideia.

À medida que minha boca se comprimiu, o rosto do homem em cima de mim se fechou. Ele levanta a mão e me encolho inteira, esperando a dor do tapa. Mas o que sinto é o choque térmico dos seus dedos me tocando, novamente acariciando a minha bochecha. Dessa vez, com mais força. Abro os olhos devagar, espiando-o por trás dos meus cílios.

Me arrepio inteira com o que vejo em seu rosto de feições maduras, olhos amendoados, lábios carnudos — tão diferente da boca de caras europeus, que sempre achei parecida com uma cicatriz. Lindo.

Me amaldiçoo por estar admirando um homem como ele.

Não. Não um homem... um demônio.

O carinho em minha bochecha se torna um aperto no maxilar. Ele se aproxima como uma cobra, até nossos narizes se tocarem de forma ameaçadora.

— Eu fiz uma pergunta.

O hálito quente amortece o meu rosto. Engulo em seco e tento me desviar, mantendo o queixo alto para preservar o que resta da minha dignidade.

— E se eu for? — digo com os dentes trincados, o desespero fazendo meu coração acelerar, o medo nublando minha cabeça. Meus olhos queimam com o choro querendo voltar. — Isso vai fazer alguma diferença com o que vai fazer comigo?

Ele me observa por longos e tortuosos segundos, até que vejo o canto direito do seu lábio levantar. Foi por um microssegundo. O suficiente para me apavorar.

— Isso muda muito as coisas. Eu não suporto garotas inexperientes. São um peso morto na cama.

Não sei porque, mas me sinto incomodada com o termo. Quase ofendida.

— Meu plano de vida pra você... — ele continua. O ar que eu nem percebo que estava prendendo se esvai quando ele sai de cima de mim. — Acaba de mudar.

Ele não me espera processar o que está acontecendo. Sou puxada em um solavanco, só tendo tempo de agarrar inutilmente nos lençóis, que são arrancados da cama junto comigo. Se ele não continuasse me levando, teria caído, tamanha a debilidade das minhas pernas. Meu coração sai pela boca quando o vejo abrir a porta.

— Não! — grito, tentando me enrolar nos lençóis que ainda seguro para cobrir o corpo seminu. — Eu não posso sair daqui assim!

Enquanto sou levada por uma mão agarrando firme meu braço, tropeço pelos corredores desse lugar imenso. Jogo o meu corpo o tempo inteiro para trás tentando escapar. É inútil! Ele segue inexorável, me puxando sem hesitar.

— Eu estou quase nua!

— Devia ter pensado nisso antes de destruir o vestido. — Nem mesmo sua voz balança.

Agora a culpa é minha por não querer ficar presa?

— Foi você que rasgou ao meio! Eu só ia cortar no joelho pra tentar...

— Fugir? — Ele interrompe, virando um pouco o corpo para me olhar com desdém. — Como pretende fazer isso?

Me sinto inteira queimar. Devo estar ridícula toda descabelada, enrolada nos lençóis como um bichinho assustado na frente desse homem que não se abala por nada.

DOMINADA PELA MÁFIA - SÉRIE BLOOD & SWEETWhere stories live. Discover now