CAPÍTULO 8

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CAPÍTULO 8

— Hoje iniciaremos exclusivamente com um artefato pessoal meu. — Ouço exclamações e cochichos entre a platéia. Uivos de admiração e comentários sujos vindos dos velhos asquerosos diante do palco. — Adquirida recentemente. Nunca usada, com o lacre de fábrica ainda intacto, se é que me entendem. O lance mínimo é de dez mil dólares.

Meu queixo fica entre bater, trêmulo, e despencar ao ouvir falar em "lance" e em "valor mínimo".

Não posso acreditar que isso está acontecendo. Meu corpo, duro como pedra, absorve as mãos levantando, dando lances com valores mais absurdos, fora da realidade. É como se eu não fosse uma pessoa, mas um carro pouco usado que Eric não vê a hora de se desfazer.

Me sinto dissociar. É como se eu observasse tudo de fora, flutuando acima do meu corpo, enquanto os lances continuam. A luz forte do holofote resseca meus olhos, a microfonia arranha meus tímpanos e preciso me segurar para não me urinar na frente dessas pessoas. Me sinto tão fraca, vulnerável, inútil. Toda a força que sempre demonstrei na vida parece não significar nada do jeito que estou.

Só volto para o meu corpo quando volto a ouvir a voz de Eric, afiada com sua sentença final.

— Vendida ao senhor Ludwig por duzentos mil dólares! Aproxime-se do palco para pegar sua nova aquisição.

Duzentos mil dólares. É isso que eu valho?

Há uma salva de aplausos. Um senhor de cerca de cinquenta anos vem até mim, e olho para ele como uma fera, entre acoada e raivosa.

— Uh, nervosinha essa aí, hein? — o velho indaga, dando risadas grosseiras, ironizando a situação. Minhas sobrancelhas se juntam. Eu não sei mais o que estou fazendo. — Tem certeza que não vai me dar problemas?

— Amarre bem ela e não terá problemas — Eric dá de ombros, não sem antes dar um micro sorriso que percebo bem. Há uma lascívia misteriosa na curva que seus lábios fizeram. Algo... como se estivesse escondendo algo.

— Bem... — Ludwig dá um sorriso asqueroso pra mim. — Acho que isso cobre nossas dívidas, rapaz.

— Ótimo saber disso, senhor Ludwig. — Eles apertam as mãos, firmando um acordo. — Por isso deu preferência ao senhor no leilão, espero que saiba disso.

— Posso usar os quartos? — Ludwig pergunta. — Ver ela assim...

— Fique à vontade.

Uma fúria começa a dar passos além da vergonha e medo. Não. Ninguém é meu dono. Eu não posso ser comprada.

E mesmo eu pensando um turbilhão de coisas contra esses homens que se acham meus senhores, sou mais uma vez puxada e levada para um dos inúmeros quartos daquele palácio. Não resisto. Não posso. Não consigo.

Só me deixo ir...

Com um plano de fuga em mente.

***

ERIC

Com as calças baixas, dou um olhar para a garota diante de mim. Ela é nova, exatamente sete anos mais nova que eu. Mas não é inexperiente; não mesmo. Ela é uma puta do Lotus Two. Digamos que uma puta em treinamento, porque também é nova no ofício de dar prazer.

No momento, eu suspiro de tédio enquanto ela me chupa com toda vontade, indo e voltando enquanto massageia meu saco. Não sei se ela entendeu meu suspiro como um gemido de tesão, porque até aumenta a velocidade, e de repente sinto minha pele raspar no seu dente.

DOMINADA PELA MÁFIA - SÉRIE BLOOD & SWEETWhere stories live. Discover now