Trinta e dois - Bônus.

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Clare



Acordo sentido minha cabeça latejar. Deus, onde estou? Tento abrir os olhos, com algum esforço consigo e foco no ambiente tentando lembrar o que aconteceu.

Tento me mexer ao olhar o lugar fétido e parcamente iluminado no qual estou. É como... o porão do orfanato mas... muito pior. Meu corpo doe com o esforço para me mover, estou atada por cordas sentando em uma cadeira. Em um epitáfio me recordo de algo. Santo pudim! Pérola.

Meu coração acelera agitado, meus olhos alcançam a minha esquerda outra cadeira. Arfo aliviada ao notar o cabelo amarelo da pessoa igualmente amarrada ao meu lado. Pelo menos estamos juntas.

_Pry? Pérola?

Chamo baixinho me sacudindo um pouco para acorda-la sem fazer ruído. Seja lá quem quer que tenha feito isso não parece disposto a nos soltar tão cedo. Preciso ser lógica agora. Pérola precisa de mim. Não vou deixar que a machuquem. Chamo outra vez e ela geme acordando. Mal consigo vê-la, estamos praticamente uma de costas para a outra mas se fizer um esforço consigo ver sua cabeça de erguendo.

_Hum...

_Pry, querida, tente não fazer barulho tudo bem? Por favor... fique calma.

Peço analisando o local afim de encontrar uma total de fuga. Sei que é inútil pedir calma, se minhas lembranças não me enganam os homens que nos abordaram naquele calçada nos apagaram e nos trouxeram para cá. E, Deus como quero estar errada, pela descrição de Pérola sobre seus abusadores tenho uma quase concreta certeza que são os mesmos que nos atacaram.

_Cla...re? Onde... o que você... Não! Não, não, não, não por favor de novo não...

A ouço gemer já chorando. Ela se sacode na cadeira a ponto de quase cairmos.

_Xiiii calma. Eu estou aqui. Respira. Você não está sozinha. Calma, querida. Vamos ficar bem.

Tento encostar minha cabeça na sua para acalmá-la. Não podemos nos desesperar. Raciocinar e encontrar um jeito de sobreviver a isso, seja o que for, é no que devemos focar. Ignoro o cheiro nauseante do ambiente insalubre que nos enfiaram.

_Não Clare... não! Foram eles! Eu vi eles! Não, meu Deus... por favor. Eles vão nos matar... mas não antes de nos destruir... Clare e-eu estou co-com medo...

Engulo o choro tento confortá-la ao ouvir as palavras saíram de sua boca carregadas de medo. Santo Deus, ela deve estar tão desnorteada. Imagino o quanto deve ser difícil passar por tudo novamente. Mas dessa vai ser diferente.

_Ouça, por favor me escute. Te dou a minha palavra que nós duas vamos sair daqui e eles não vão machucar você de novo. Eu juro, Pry. Confie em mim. Max já deve saber que sumir. Ele vai nos encontrar, senão isso eu mesma darei um jeito de nos salvar. Eles não vão machucar você. Não vão.

Prometo firme em meu propósito. Seus soluços fazem meu coração doer. Tento não pensar muito em tristeza agora. Vamos aos fatos. Eles querem vingança, segundo Pérola disse. Disso eu tenho experiência. Muito gente já quis se vingar de mim outrora, então sei que para isso precisam que saibamos disso. Eles vão vir até nós. Sei que vão.

Observo os pálidos raios de sol que entram pelas frestas acima de nossas cabeças. Então ainda está de dia. Não deve fazer muito tempo que nos raptaram... pelos meus cálculos meu marido e Sam já estão em nosso encalço. Não importa para onde eu vá, Max sempre me acha. Sorrio nostálgica ao lembrar do meu marido e dos meus filhos... da minha família. 

Eu não posso morrer aqui e menos ainda deixar Pérola sofrer. Resoluta, formo um plano para quando os, Deus me perdoe, malditos sequestradores aparecerem.
Me assusto com a falta de reação de Pry.

Te Enlouquecendo (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora