D e z e s s e i s

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Pérola




_O que eu não sei?

Sua pergunta palisa minha mão que estava acariciando seu peito. Meu corpo, que até então estava quente e relaxado em consequência do amor intenso que havíamos acabado de fazer, gela e petrifica.



_O que eu não sei?



Torna a perguntar mas dessa vez sua voz sai mais séria ao passo que a minha some. Sam se ergue da cama, não posso ver a expressão do seu rosto já que escondo o meu nos lençóis como uma covarde. Medo e raiva me invadem. Respiro fundo.



_Pérola, o que eu não sei? Olha pra mim!


Me assusto com o tom exaltado da sua voz. Ergo o rosto mirando meus olhos nos seus. Droga, ele está parado de pé, nu, ao meu lado da cama me olhando ansiosamente.


_Você disse, hoje mais cedo, que se eu soubesse entenderia a sua falta de confiança em mim. Se eu soubesse o quê?

Enquanto fala andando de um lado para o outro nervosamente procuro uma desculpa plausível e aceitável, porém não verdadeira. Engulo em seco.


_Para de andar assim, como se eu fosse uma suspeita em um interrogatório.



Tento ganhar tempo. Ele para pondo a mão no queixo me encarando ironicamente.

_Você é uma possível suspeita em um interrogatório, Baby.


Me irrito e faço a única coisa que sei fazer nesse tipo de situação: enrolo.


_Não sou nada, você está sendo paranóico, Samuel.


Levanto da cama e visto sua boxer vermelha. De repente me senti exposta demais. Visto um robe meu que estava pendurado na poltrona. Sinto seu olhar acompanhar todos os meus movimentos.

_Estou, é? Porque acredito que não. Ultimamente você tem se comportado estranho, parece que quer me dizer algo mas oprime, finge estar brava só para fugir do assunto, e as vezes penso que quer terminar comigo...



Sua voz de advogado implacável fica rouca nas últimas palavras. Sinto uma pontada no peito quando fala a palavra 'terminar'. Continuo de costas tentando controlar minha respiração.



_É isso que quer? Terminar tudo comigo?


Meu Deus, ele está chorando...e percebo que eu também.


_Porque se...se for isso eu...eu vou entender. Mesmo que...mesmo que doa no fundo da minha alma, mesmo que sinta que estou sendo cortado de dentro para fora em ter que deixar você ir, se for pra te ver feliz,...eu deixo.


Ai, como dói ouvir isso. Soluços irrompem minha garganta sem aviso, meu corpo treme.


_Eu deixo...está livre. Prometo nunca mais procurar você, me mudo...faço qualquer coisa...


Não aguento e caiu no chão chorando copiosamente. Ele está se sacrificando por mim...pra mim. Está abrindo mão de mim por mim mesma pensando que é o que quero... Oh, Deus! Eu não o mereço, não mereço esse homem. Sei que está chorando pensando que vou partir e levar seu coração junto.


_Mas...mas se não for isso, se não é isso que quer, se não quer me deixar...por favor, por favor confie em mim...por favor.



Rio. Rio porque esse é o Sam que eu conheço, o cara mais persistente, insistente e obstinado do mundo.


_O-o quê? É ridículo que eu ainda insista nesta relação? Ou você é louca?


Se senta a minha frente, limpo o rosto antes de encará-lo ainda sorrindo. Toco sua linda e molhada face.

_Não e sim.

_O quer dizer?

Vejo esperança brilhar em seus olhos azul turquesa.

_Que não, não quero terminar e sim, eu sou um pouquinho louca.

_Não quer terminar? Sério?


Confirmo para sua e minha felicidade.

_Sim. Como poderia terminar com você, hein, seu bobão? Eu nunca te disse mas...


O deixo ficar bem ansioso, sei que sempre quis ouvir isso de mim.

_Mas...?

_Eu...eu amo você, pronto falei!


Falo tão rápido que é possível que ele não tenha entendido, mas estamos falando de Sam. Um enorme, gigante, brilhante sorriso aparece em seu rosto. Safado de sorriso mole.


_Eu sei! Eu sempre soube!


Em segundos meu corpo é esmagado pelo seu contra o chão frio do quarto.

_Eu sempre soube...

Ganho tantos, mas tantos beijos que fico embriagada. E olha que isso nem foi uma briga.

_Espere aqui.


E o doido me deixa estirada no chão feito lagartixa e corre até sua pasta. Bufo. Não demora nem um minuto e ele volta a deitar em cima de mim. Pega minha mão esquerda cobrindo com a sua. Seu olhar brilhante no meu, sinto o contato de algo frio no meu dedo anelar, meu coração dispara e sinto que estou tendo uma taquicardia.

_Quer namorar, oficialmente, comigo?


Fico muda. É um pedido tão simples que tem um impacto tão grande em mim que até choro.

_Sim!


Grito o abraçando com braços e pernas. Rolamos no chão feito malucos.


_Espera...você não deveria dizer que também me ama?


Estreito os olhos em sua direção. Ele sorri revirando os dele.



_Tudo bem, você está certa. É como nos filmes, certo? Quer que seja como nos filmes?


Penso por um estante e assinto ainda muito séria isso o faz rir.


_Ok, lá vai.


Arranha a garganta e me olhando no fundo dos olhos diz forçando a voz para parecer mais grave.


_Eu também te amo, meu bem.


Contenho a emoção que explode dentro dentro de mim feito fireworks. Sam dizima a distância entre nossos lábios lentamente ao passo que suas mãos sobem pelo meu corpo e param no meu cabelo e rosto.


_Você é somente minha, Pérola.

Já impaciente com a demora o beijo sem cerimônia. Eu queria beijá-lo com candura e tudo mas...bem, essa sou eu e não sou delicadinha a esse ponto então o beijo é insano.

_Atrevida.

_Cala a boca e me beija.

_Gostosa!

Rio ao sentir o robe deixar meu corpo em meio segundo e a boxer logo em seguida. Rimos enquanto nos tocamos. E quando seu corpo se uni ao meu eu esqueço tudo, nada mais importa, nem trauma, nem medo, nem meu egoísmo. Neste instante decido a nunca, em hipótese alguma, deixar esse homem e me proíbo de voltar atrás nesta decisão.


Por hoje meu conto de fadas está perfeito e meu príncipe, hum...esse nem preciso dizer, meus gemidos falam por mim.






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Bjjsss e continua...

Te Enlouquecendo (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora