46 Angra

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A viagem do Rio para Angra fora bem tranquila, tirando o susto que Sabrina deu em todos nós no meio da estrada. Minha amiga acabou passando mal por conta da má alimentação e tivemos que fazer uma parada em uma conveniência de posto de gasolina para comprar um lanche, por mais não saudável que fosse, era só pra ela aguentar, até chegarmos ao nosso destino.

- Apesar do quarto ser embaixo, ele tem uma visão bem bonita.- Pedro disse abrindo as cortinas blackout da janela, revelando a linda paisagem que tinha lá fora, do jardim da casa.

- bonita mesmo.- concordei me aproximando do meu namorado e o abraçando por trás.- Um pena que só vamos passar dois dias.

- Uma pena, mas no próximo fim de semana, estava pensando em ir a Arraial do Cabo, lá é bem legal também, Thaisa que deu ideia, da família toda ir.

- Amor, eu trabalho no sábado.- o lembrei.

- Oh droga, é mesmo.- ele fez um biquinho.

- Mas tenho certeza que você e a sua família, vão se divertir muito.

- Queria que fosse.

- Infelizmente, querer não é poder.- brinquei com ele.

O que eu mais admiro em Pedro é o fato dele não me incentivar a largar o meu emprego ou a escola, para o acompanhar no que fosse, ele entedia que meu trabalho e a minha vontade de terminar o ensino médio, têm uma importância grandiosa na minha vida. No meu relacionamento anterior, eu era proibida de pensar em estudar e de trabalhar, porque segundo meu ex, ele trabalhava e bancava nós dois, mas dava uma palestra se eu pedisse dois reais.

- Sábado é até meio dia, não é isso?- Pedro se virou e me abraçou novamente, dessa vez nos deixando frente a frente.

- Sim e é só eu no atendimento, a Karen não trabalha dia de sábado, a Mica organizou assim, pra que eu não perdesse parte do meu salário.

- E se você pagasse a Karen para te cobrir no sábado? Aí não teria problema não é?

Pedindo com esse jeitinho, era até de se pensar.

- Pensa bem, não quero fazer você largar o emprego, só estou dando uma solução, a gente vai na sexta a noite e volta no domingo a noite, o que acha?

- Eu acho ótimo.- fiquei na ponta do pé para o beijar.

...

No meio da tarde, eu e as meninas fomos pegar um pouco de sol, antes que o mesmo se fosse naquele dia. Mais adiante, próximo ao mar, os garotos jogavam bola, nem nas férias, eles largavam o trabalho. Para nossa felicidade, o local em que estávamos era bem tranquilo, quase isolado, uma ou outra pessoa passando por ali, mas pareciam não notar quem eram os quatros que estavam brincando de bola. Melhor, assim evitava de eu morrer de ciúmes.

No meio de nossa conversa, Gabriel jogou a bola em nossa direção e os quatro foram para o mar. Minhas amigas e eu, fomos atrás. A areia fofa e quente foi ficando para trás, dando lugar a areia molhada e quase movediça, a medida que nossos pés se aproximavam da água salgada, iam afundando.

- E o short?- Pedro cruzou os braços e me olhou com uma sobrancelha erguida.

- lá.- apontei para onde as cangas estavam e o short de crochê estava bem embaixo da minha bolsa de praia.- Vai implicar com isso?

Já estava preparando um textão super feminista para despejar em cima dele. Mas Pedro sorriu e desfez a cara de marrento.

- Não, isso tudo aí é meu mesmo.- me puxou para mais perto.- gostosa.- sussurrou rente ao meu ouvido.

Salvação// Pedro Guilherme✅Where stories live. Discover now