Epílogo

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Pedro

A noite passada havia sido longa demais, a ansiedade que eu estava sentindo nem se comparava a que eu sentia quando era dia de jogo importante. Tentei dormir, mas as tentativas foram falhas, só rolei de um lado para o outro, mas o sono não veio. Pela primeira vez eu estava sentindo um nervosismo fora do comum.

Talvez eu tenha cochilado ao raiar do dia, mas fora apenas um rápido cochilo. Era estranho acordar e não ver Débora ao meu lado, o que fazia meu nervosismo piorar. Desde as oito da noite do dia anterior, estávamos sem nos ver e sem nos falar porque nós dois teríamos encontros separados com nossos amigos. Minha noiva fora tirada de casa pelas amigas, pela própria irmã, pela Thaísa, Carol e Bruna, para uma noite de garotas, em uma espécie de despedida de solteira, mesmo que tenhamos combinado de não ter uma.

Tomei uma xícara de café, mas devia mesmo era ter tomado uma xícara de chá de camomila, a mente estava a mil pensando em tudo que ocorreria logo mais.

Finalmente o nosso dia havia chegado, aquele dia que tanto almejamos depois do pedido de casamento a algumas semanas atrás. O dia em que eu e Débora de fato seríamos marido e mulher diante da nossa família e amigos mais próximos.

Algumas pessoas nos questionaram do porquê o casamento ocorrer tão rápido, o porquê não esperamos até Débora se recuperar do trauma sofrido, mas preferimos casar porque nos amamos e também temos certeza de que é isso que queremos, já passamos por tanta coisas juntos, seria até errado esperar mais e o melhor de tudo, Débora se sentia pronta para ser oficialmente a minha mulher.

- Puta que pariu, você tá um caco.- meu irmão debochou quando me encontrou na cozinha do apartamento.

Ele havia entrando com a chave que deixo na casa dos meus pais.

- Me erra.- lhe mostrei o dedo do meio e o outro riu.

Nos reunimos ontem a noite com Diego, Gabi e Gerson em um bar bem conhecido do Rio, era a minha despedida de solteiro que eles julgaram "brega", pois já haviam planejado uma noite na casa noturna mais cara da cidade, com strippers e pole dance. Óbvio que ideia foi vetada por mim.

- Foi a cachaça de ontem a noite ou foi a falta da Débora nessa casa?

- A segunda opção.- admiti.

- É foda.- meu irmão puxou uma cadeira e sentou a minha frente.- Estão todas lá em casa, passaram a noite lá fazendo festa do pijama, quando cheguei do bar, estavam assistindo programas de casamento, não sei a graça que mulher ver assistindo aquilo.

Sorrir tentando imaginar a cena. Talvez eu tenha ficado com cara de bobo na frente do meu irmão.

- Tem muita coisa pra fazer hoje?- ele perguntou.

- Cortar o cabelo, fazer a barba e chegar no local primeiro que a Débora.

- Certo.- meu irmão balançou a cabeça.- e os pais da Débora?

- Eu paguei um motorista para trazê-los, chegam antes do almoço.

Meu irmão estava agindo como um assistente.

Meu celular começou a vibrar em cima da mesa e o nome de Débora brilhou na tela. O coração bateu forte só porque era ela. Atendi a chamada e quase não ouvi a voz da mulher, parecia que estava falando aos sussurros.

- Tem alguém com você aí?

- O Victor.- respondi me afastando do meu irmão.

- Não deixa ele saber que é comigo que está falando.

- Por que?

- Porque sim, você pode vim me buscar agora na casa da sua mãe? Vou dar um jeito de fugir enquanto as meninas ainda dormem.

Salvação// Pedro Guilherme✅Where stories live. Discover now