Um erro e tudo desmorona. Uma reputação arruinada para sempre. O que fazer quando te deixam sem escolha?
Camila Mendes teve sua voz silenciada no momento mais complicado de sua vida e teve que aceitar as consequências do único erro que cometeu. Jove...
AVISO: primeiro capítulo narrado pelo doutor delícia! Estão prontos? Não respondi os comentários do capítulo anterior porque fiquei sem internet, quase não consegui postar hoje. Então me desculpem e por favor não desistam de comentar! É muito importante pra mim!
Boa leitura!
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Keneti James Apa
Eu sempre fui um cara muito calmo, reservado e algumas pessoas diriam que sou chato. A coisa mais ousada que eu fiz foi sair em uma viagem só com uma mochila durante um ano após a faculdade. Nunca fui imprudente ou impulsivo. Gosto de estar no controle, de ser o alicerce da minha família.
Sou um cara prático, bem relacionado e que ama sua profissão. Nunca cometi grandes erros e tenho apenas um grande arrependimento. Nunca questionei minhas ações até aquele momento.
Estava começando a pensar que a minha mente não conseguia raciocinar direito quando estava perto daquela garota. Camila é um enigma para mim. Desde que a vi pela primeira vez, toda coberta de tinta, uma luz vermelha de alerta acendeu em minha cabeça e todos os sinais de perigo dispararam. Porém agora, todo o meu sistema de alarme entrou em pane.
Camila observava tudo com atenção, cada detalhe era analisado por seus olhos escuros e eu nunca me senti tão exposto na vida. Não costumava trazer estranhos para minha casa, apenas minha família tinha livre acesso àquele lugar. Eu nunca quis tanto poder a ler a mente de alguém como queria ler a dela agora. Mas para a minha sorte, o seu rosto era um livro aberto. Ela é muito expressiva. Não consegue evitar demonstrar o que está pensando. Seus olhos brilham quando vê algo que acha bonito, seus lábios cheios se tornam uma linha fina quando ela não gosta e ela até fez uma careta depois de avaliar tudo.
-O que? -pergunto sem conseguir segurar minha curiosidade.
-Nada. -ela balança a cabeça, resistindo para responder, mas ela parece se cansar daquilo e me encara. -Sua casa é linda. Um verdadeiro sonho! Tão aberta, elegante e moderna. Aposto que deve ser um espetáculo durante o dia...
-Mas...? -a incentivo a continuar.
-Mas é vazia. -responde, os ombros caindo como se ela estivesse com vergonha de falar o que pensava ou estivesse desconfortável. -Aposto que dá pra fazer eco aqui dentro. É tudo tão grande e estando tão vazio assim, me faz me sentir ainda mais pequena. O vazio me oprime um pouco. -dá de ombros. -Mas é a sua casa e eu não deveria estar criticando a decoração da casa da pessoa que me ajudou. Desconsidere minha fala, por favor.
-De maneira alguma. Anotarei sua opinião e a levarei em consideração. Só estou surpreso por você ter a mesma impressão sobre o vazio que eu tenho. -dou um meio sorriso.
-Então porque não compra uns móveis? Quadros? Umas latas de tinta? Tá faltando dinheiro ou o quê? Não te pagam bem nesse fim de mundo? -ela pergunta com aquele ar divertido e cheio de sarcasmo que só ela tem.
