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Meus planos para a noite, basicamente eram, dormir e dormir novamente e depois mais um pouco. Mas me encontro com uma realidade contraditória para minha mente. Enquanto estou sentada no sofá, Mingyu está acomodado de um jeito tão confortável no tapete que me deixa até mais à vontade nas nossas conversas sem rumo certo. O vinho também está ajudando no processo e como se fosse uma mistura super normal, comemos os doces que ele comprou. As risadas ecoando pelo apartamento. Eu me sinto completa. Posso ficar aqui até o dia raiar, porque qualquer desculpa para continuar acordada com ele vale a pena.

A cada olhar trocado, sorriso formado, é como se estivesse brincando com minha mente e principalmente soubesse que eu amo quando ele me provoca indiretamente. Espero que pelo menos não saiba o que estou pensando.

- Isso é tão raro...- Antes de perguntar, ele responde.- Ter alguém que te escuta e deixa as coisas mais leves... sabe o que estou tentando dizer?- Coça a nuca com a mão que não está segurando a taça.

- Acho que tenho ideia.- Tenho certeza.

- Cada vez que fico próximo de você, sinto que te conheço há um bom tempo. É algo surreal que fica presente toda vez que você também está.- Uma pausa é feita, Mingyu toma um gole e eu quase viro tudo do vinho pelo nervosismo que está aumentando em mim.- Quando nos falamos, eu juro que vai além. É como se no fundo, eu soubesse exatamente como você vai agir ou o que vai dizer.- Ele solta uma risada que percorre o lugar, desencadeando arrepios que percorrem também o meu corpo.- Não sei se o que estou dizendo ainda está fazendo algum sentido.- Afirmo quando ele não tem ideia do quanto faz.- Eu me sinto calmo, assim como quando sua voz chega em meus ouvidos e me faz ter a sensação de ser abraçado, quando você nem ao menos me tocou.- O timbre doce dele e as palavras tanto quanto, me fazem sorrir e desviar o olhar. Porque o dele... O dele está tão terno que se eu manter contato novamente, posso derreter.

Tento desvirtuar dos pontos citados no final das coisas que ele disse.

- Se estivéssemos tendo essa conversa há alguns meses, não tenho certeza se te entenderia.- Levemente um sorriso sem mostrar os dentes se junta a olhos que me acompanham atentamente.- Essa vontade de ser reciprocamente escutado, assim como a de se sentir leve quando estamos juntos...- Mingyu me observa como se estivesse sorrindo não só com os lábios. Digo silenciosamente que o amo. O quanto te amo calada. Porque não sei dizer certas palavras?- Por que você é assim?

- Assim?- Ri confuso. O som ecoa.

- Tão fofo e... e me deixando tão feliz... eu sou incapaz de ignorar você ou que o você me causa...- Só me dou conta de certas palavras, depois de dizê-las.

Ele fica sério e a sobrancelha é arqueada. Já não sei mais se a bebida tomou conta totalmente do meu corpo assim como da minha fala, mas levanto rapidamente, estou fora de controle e as coisas só podem piorar desse jeito. Ele se levanta meio tonto também e fica próximo demais. Por uns segundos, imploro para que a distância acabe, mas corro antes da imaginação talvez se realizar.

- Vou pegar um travesseiro e uma colcha para você!- Disfarço na mais tola tentativa e rio forçadamente.- Meu Deus, Maya... meu Deus... se recomponha.- Cochicho sozinha no quarto torcendo para não acordar Shizuki e para que ele não escute e me ache mais estranha do que já deve estar.

Se acomoda no sofá e eu corro para o lugar que, se Deus quiser, vai conseguir me segurar. Embaixo das cobertas, no pouco espaço que sobra, viro de um lado para o outro. Fecho os olhos, mas parece que um farol está ligado de frente para minha cama. O nome não para de ecoar em minha mente e algo dentro de mim diz que ele dever saber. Algo dentro de mim está querendo buscar a tão desejada Maya descarada e o meu jeito impulsivo só colabora na busca. Graças a inúmeras taças de vinho, volto para a sala.

Mingyu fita o teto, mais sem sono que eu e muito mais desperto. Quando me vê, se senta rapidamente no sofá.

- Não está conseguindo dormir também?- Pergunto.

- Minha mente não me deixa em paz...- Parece nervoso por um segundo, no segundo em que paro de frente para ele. Mas ao se levantar, o nervosismo faz as malas e vai embora.- Continue olhando para eles e tente ler.- As palavras me apunhalam e a surpresa é tamanha quando sou pega observando seus lábios. As mãos que tanto quis que entrassem em contato com meu corpo, pegam minha cintura de um jeito que posso sentir as pernas bambearem. E estando fora de foco e olhares, nós corremos grande risco. Perigo um para o outro. Isso só se concretiza mais quando sua boca vem para perto da minha e eu acabo de vez com a distância.

Sky. {Mingyu} EM MUDANÇAWhere stories live. Discover now