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MAYA

A paisagem do fim de tarde mais aquecedor me deslumbra. O céu está rosa, vermelho, laranja. Nuvens coloridas passam por minha cabeça. Ventos frescos sopram meus cabelos. E então, ele aparece. Um alívio se instala. A roupa preta que se encaixa perfeitamente. A melanina de sua pele me faz engolir em seco. Os cabelos tão escuros estão esvoaçantes. As asas que me hipnotizam aparecem. Ele exibe um sorriso acolhedor. Meus pés já sabem qual direção seguir. Não preciso chegar a decidir. Cada passo aumenta o descompasso do meu coração. Juntos a um passo do distante, fico na ponta dos pés em sua frente. Agarro seu pescoço e toco minhas mãos por trás de sua cabeça, as dele veem de encontro a mim retribuindo meu ato. Desenha sobre minha pele, que se torna tão frágil quando estamos em contato. Primeiro meus braços, depois minhas costas. Param e se encaixam na minha cintura. Não há como conter o furacão no meu estômago. Seu toque se torna uma descoberta de reações em cada átomo do meu corpo. O hálito mais quente do que as cores a nossa volta bate em meu pescoço. Seu cheiro agradável de macadâmia e amêndoas se espalha pelo meu olfato. Afago meu rosto em seu peito. O som dos batimentos rápidos é tudo que sou capaz de escutar. Ele folga o abraço, deixando o rosto amostra. Tremo com a visão. Me sinto insegura por um momento. Enquanto ele se encaixa perfeitamente na paisagem, sou apenas uma intrusa com os cabelos desgrenhados e a cara mais abobalhada que existe. Seus olhos vorazes miram, atiram, disparam em silêncio. Giramos como se dançássemos ao som do mar batendo sobre as pedras. Deixamos o chão. Sussurra que não vai me deixar cair, mesmo eu já sabendo. Os raios de sol tocam sua pela e tenho ciúme. Sinto que não sou capaz de suportar a angustiante vontade que persiste em ficar. Minha respiração pesa com pensamentos que não tenho nem 1% de capacidade para controlar. Meus olhos gritam quando pairam em seus lábios sem relutância alguma. Penso se os alcançaria caso ficasse na ponta dos dedos. Mas não temos solo abaixo para conseguir impulso e abordá-lo. Ele se abaixa como se estivesse lendo meus pensamentos e todo meu sangue para nas veias. Até perceber que prendi minha respiração de nervoso. Ele intensifica a proximidade. Meu corpo se arrepia no momento em que os lábios tocam minha orelha. Não consigo me mover, fico completamente petrificada. Nem tão pouco tenho algum pensamento descente na cabeça. Eles se movem calorosamente formando uma pergunta que é capaz de esbugalhar meus olhos e fazer uma fisgada atravessar o coração:
- Se roubasse um beijo MAYA

A paisagem do fim de tarde mais aquecedor me deslumbra. O céu está rosa, vermelho, laranja. Nuvens coloridas passam por minha cabeça. Ventos frescos sopram meus cabelos. Sinos invisíveis soam em minha mente quando ele aparece. No mesmo ritmo agitado da coisa dentro do meu peito. Um alívio se instala. A roupa preta combinando com todo seu corpo. A melanina de sua pele me faz engolir em seco. Os cabelos tão escuros estão esvoaçantes. As asas que me hipnotizam aparecem. Me vejo afundando em um poço de águas claras onde brilham meus olhos ao encontrarem os seus. Exibi um sorriso acolhedor. Meus pés já sabem qual direção seguir. Não preciso chegar a decidir. Cada passo aumenta o descompasso do meu coração. Juntos a um passo do distante. Fico na ponta dos pés em sua frente. Agarro o pescoço e toco minhas mãos por trás de sua cabeça. E as dele retribuem meu ato. Desenha sobre minha pele que se torna tão frágil quando estamos em contato. Primeiro meus braços. Depois minhas costas. Param e se encaixam na minha cintura. Não há como conter o furacão no meu estômago. Seu toque se torna uma descoberta de reações em cada átomo do meu corpo. O hálito mais quente do que as cores a nossa volta bate em meu pescoço. Seu cheiro agradável de macadâmia e amêndoas se espalha pelo meu olfato. Afago meu rosto em seu peito. O som dos batimentos rápidos é tudo que sou capaz de escutar. Ele folga o abraço, deixando o rosto amostra. Tremo com a visão. Me sinto insegura por um momento. Enquanto ele se encaixa perfeitamente na paisagem, sou apenas uma intrusa com os cabelos desgrenhados e a cara mais abobalhada que existe. Seus olhos vorazes miram, atiram, disparam em silêncio. Giramos como se dançássemos ao som do mar batendo sobre as pedras. Deixamos o chão. Sussurra que não vai me deixar cair, mesmo que já saiba tal coisa. Fico carente e clamo por sua atenção quando foca acima de nós. Os raios de sol tocam sua pela e tenho ciúme. Sinto que não sou capaz de suportar a angustiante dor que persiste em ficar no meu peito. Minha respiração pesa com pensamentos que não tenho nem 1% de capacidade para controlar. Meus olhos gritam quando pairam nos lábios sem relutância alguma. Penso se os alcançaria caso ficasse na ponta dos dedos. Mas não temos solo abaixo para conseguir abordá-lo. Se abaixa como se estivesse lendo meus pensamentos e todo meu sangue para nas veias. Até perceber que minha respiração prende de nervoso. Intensifica a proximidade. Meu corpo se arrepia no momento em que os lábios tocam minha orelha. Não consigo me mover, fico completamente petrificada. Nem tão pouco tenho algum pensamento descente na cabeça. Eles se movem calorosamente formando uma pergunta que é capaz de esbugalhar meus olhos:
- Se roubasse um beijo seu, retribuiria?- Sussurra ao pé do meu ouvido.
Nesse momento vejo que acaba de mentir quando disse que não me deixaria cair. Pois sinto que sou arremessada em um abismo sem fim. Minha pele é tomada por um fogo ardente. Depois de assimilar a frase, afirmo freneticamente com sua cabeça ao lado da minha. Meu pulmão se esperneia por ar e luto em vão para voltar a respirar. Os lábios lentamente tocam minha bochecha e fazem meus olhos fechar. Derreto por dentro com sua boca molhada percorrendo meu rosto devagar. Enquanto a minha fica tão seca que cria rachaduras a cada segundo que passa. Sua boca paira no canto da minha. Um pouco trêmula, agarro seus cabelos macios. Ele solta um das mãos de minha cintura e percorre meu corpo, deixando leves arrepios até chegar em meu rosto fumegante. A respiração quente faz cócegas e um sorriso nervoso e impaciente aparecer. Suplico a divindade que não me leve embora. Que me dê mais alguns segundos de vida. Seus dedos roçam em meus lábios. Algo tão sútil, mas que faz uma bagunça desgraçada em mim. Me deixando assustada ao imaginar então o que seus lábios causarão. Até que param finalmente nos meus. E antes mesmo de começar, já me sinto ofegante. Tremo por inteiro. Eles se movem entre os meus. Um vulcão entra em erupção e tenho medo de que a lava o queime da mesma forma que faz comigo. Corroendo tudo. Mas seu toque restituindo cada parte atingida. Me lembro do que dizem em filmes e livros. Que tudo ao redor desaparece quando beijam a pessoa ou apenas trocam simples olhares com a mesma. Vejo que comigo é o contrário. Tudo continua no seu devido lugar, só que eu não dou a mínima importância para nada a não ser ele. No início é um ato tímido. Mas não demora para se intensificar e fico cada vez mais curiosa do sentimento que cresce sobrenaturalmente. Paramos um pouco. Sua testa cola na minha e seus olhos deixam o desejo ser expressado de uma forma quente. Fito os lábios em um tom vivo de vermelho e percebo que está começando a apelar. Peço perdão a Deus pelos meus pensamentos. Um sorriso sem ar toma conta dele. E vejo que meu pedido é em vão, já que as coisas pioram em minha cabeça. Nossas bocas entram em contato não muito tempo depois. Seu hálito é de cravo misturado com canela e me torna mais viciada do que qualquer ser humano. Percorre cada parte da minha boca e repito o ato descobrindo a maciez e seu gosto cada vez mais a fundo. Me sinto vulnerável em seus braços. Ele me domina. Me fascina.

Sky. {Mingyu} EM MUDANÇAWhere stories live. Discover now