Capítulo Onze

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             O passado bate a porta

                         Taylor

   Rasguei a sétima folha do caderno e joguei contra a parede. O estresse estava acabando com minha caixa de inspiração. Ainda pensava no que havia ocorrido há dois dias atrás. Como eu conseguir me meter em uma confusão tão grande?
   Minha preocupação estava fazendo com que eu tivesse vontade de pular de um precipício. Nana entrou no quarto como se estivesse pronta para cometer um crime, ela havia trazido uma bandeja com um copo com água e alguns comprimidos. A agredeci por ter sido discreta com o Thomas, em relação aos remédios. Enquanto lia minhas letras, ouvia uma canção do piano que era tocada por Thomas. Era melancólica e infeliz, mas também era lindo.

   — Solitário demais até mesmo para você. — comentei adentrando a sala de música. Thomas tinha uma voz maravilhosa. — Você que compôs?

   — Da última vez que fui em Los Angeles visitei o túmulo da minha mãe e encontrei um parente. Ele me deu o diário dela. — sua voz tinha um tom magoado. — Ela escrevia muitas músicas.

  — Queria tanto ter algo da minha mãe. Lembrar dela e da minha família.

  Me sentei ao seu lado no piano.

  — Se eu pudesse apagaria tudo da minha memória.

  — Sinto muito Thomas. — o abracei.

  — Fui intimado pelo tribunal. — falou aflito. — Me querem como testemunha.

  Antes do Thomas ter sido adotado pelo família Baker ele tinha uma vida bem diferente. Meu irmão nasceu em um bairro marginalizado e numa família problemática, sua mãe era uma pianista de jazz e tocava em alguns bares poucos visitados. Thomas sempre disse que ela era uma mulher linda e amável, infelizmente a senhora Jefflen foi assassinada pelo próprio marido, pai do Thomas.

  — Ele nunca me escreveu.

  — Você não leria. — respondi.

  — Seria melhor se ele estivesse morto?

  Thomas assistiu a morte da mãe, ele estava escondido no armário quando aconteceu.

  — Thom.

  — Esquece. — ele continuou tocando. — Você não parece bem, aconteceu algo?

  — Estou noiva de um desconhecido. Isso é muito para mim.

  — Ele não é um desconhecido, é o seu médico.

  — Thomas. — choraminguei. — Desde que o conheci estou em uma maré de azar.

  — Pensei que gostasse dele.

  — Não. — dei uma risada nervosa.

  — Você não sabe mentir, pelo menos não para mim.

  — É tão evidente que eu goste dele?

  Thomas concordou várias com a cabeça e riu.

  — Thomas me ajude.

  — Como? — perguntou.

  — Não quero continuar sentindo por ele o que estou sentindo agora. O que eu deveria fazer?

  Deitei minha cabeça no meu braço.

  — Por que não se joga?

  — Me jogar nele?

Um Amor Lindo Demais Where stories live. Discover now