Quarenta e seis

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                         William

         Deixe minha filha em paz

             

    " — Eu quero que você sofra tanto quanto eu. Quero que chore todas as noites, que lamente e que isso que fez comigo fique ecoando na sua mente a ponto de não te deixar dormir. "

 
   Por incrível que pareça o que Taylor disse martelou sobre minha cabeça durante toda a noite. A cama estava vazia, porém os lençóis ainda tinham um pouco do seu cheiro. Levantei da cama e andei até o meu escritório. Abrir a gaveta e segurei nas mãos a caixinha com a aliança que usaria para pedí-la em casamento. Estava sentindo sua falta, já não tinha mais emocional para lidar com tudo o que estava acontecendo. Doutor Edward disse que por respeito ao meu pai não levaria o caso para o conselho do hospital, então se quisesse ainda poderia continuar com a chefia da residência.

  — Por que está me entregando novamente sua carta de demissão?

  — Não posso ficar aqui. Minha mãe está enlouquecendo, devo voltar a São Francisco em alguns dias.

  — Disse isso a senhorita Baker?

  — Não tem o porquê.

  — Ela poderia ter morrido antes de cruzar a porta de entrada. — doutor Edward disse preocupado.

  — O que?

  Questionei com as sobrancelhas levantadas. Imaginar Taylor desaparecendo do mundo, me fazia ter um choque no estômago.

  — Taylor ultrapassou o limite. Dessa vez estou realmente preocupado, ela não quer acompanhamento psicológico. Não quer se alimentar, Francine está tendo que implorar para ela comer algo. Isso vai dificultar muito para ela ser operada e não temos tempo para fazer isso.

  — Sou totalmente responsável...

  — Cale a boca. — disse. — Por acaso quer ter um advertência verbal ou uma suspensão?

  — Só quero dizer que não fui um bom médico.

  — Não, não foi mesmo.

  Doutor Edward foi duro comigo e eu aceitava isso. Ele estava no seu direito, pois ele havia me indicado para a Baker. Ele se encostou na cadeira e perguntou quais seriam os meus próximos passos.

  — Vou concertar o que fiz.

  Pela manhã, enquanto tomava café com Ana, o interfone tocou. Fiquei surpreso ao abrir a porta e encontrar Jaqueline. Ela estava bem diferente desde a última vez que nós vimos. Parecia mais leve e com uma boa energia. Continuava com o cabelo platinado, porém havia colocado um mega hair da mesma cor.
 
   — Doutor Brasart, podemos conversar? — pediu.
 
  — Sim, claro.

  Concordei com a cabeça. Ana serviu uma xícara com chá de menta para Jaqueline e um café forte para mim.

  — Do que precisa?

  — De uma explicação.

  Respondeu, ela estava com as pernas cruzadas. Colocou a xícara sobre a mesa e a arrastou para alguns centímetros longe de suas mãos.

  — Quero entender o que fez o meu nome depois de tantos anos se relacionar com o seu novamente de uma forma tão...
 
  — Realmente sinto muito. — a interrompi.

  — Não vim por uma desculpa, vim por uma explicação. Você me deve e sabe disso. Por que não apareceu no dia do nosso casamento e por que voltamos para esse assunto novamente?

Um Amor Lindo Demais Where stories live. Discover now