Capítulo Cinquenta e seis

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                          Thomas

     Um documentário afirmou que jogadores de basquete são os atletas que mais sofrem lesões durante uma temporada. Do grande pedestal ao fundo do poço é como suas carreiras terminaram. Tirei os fones e parei de correr na esteira. Assim que firmei os pés no chão sentir uma dor terrível no joelho. Sentei em uma poltrona azul com formato de músculos e estiquei as pernas. Estava exausto, com o corpo doendo, e com a mente esgotada. Fiquei de frente para a sala onde Makayla estava treinando aulas de muay thai com Troy um colega antigo que ela havia feito em um dos perigos noturnos que vivenciou. Enquanto observava o treino, escutei duas senhoras fofocando sobre o instrutor e a dona da academia, pelo que parece ambos estavam se conhecendo melhor, mas tinha um porém; Ele era um homem casado.
  Dei um sorriso e joguei o assunto por cima no grupo de fofocas que reunia minha página e a de outros. Meu ombro esquerdo queimou com um tapa que Mak me deu.

  — Sua... — respirei fundo. — Não faça mais isso.

Ela riu e se desculpou, o que era estranho. Makayla Trabells não era uma mulher que se desculpava assim, pelo menos não comigo. A olhei de cima a baixo, o conjunto de borboleta roxo com rosa que usava destacou sua cintura e quadris e combinou com o cabelo que estava novamente tingido com um cores claras. Fomos ao estacionamento, agradeci por não ter nenhum carro ao lado do meu, morria de medo ao imaginá-lo sendo arranhado ou amassado por algum motorista irresponsável. Observei Mak passar o gloss pelo espelho do retrovisor.

  — Você está me irritando. — disse, nervosa.

  Disfarcei o olhar tentando encarar outras coisas, mas estava curioso sobre o gloss que passava. Novamente fui pego a encarando.

  — O que foi Thomas? — questionou.

  — Não é nada.
 
  Fiz uma expressão confusa, entretanto Mak fez com que eu contasse tudo. Normalmente conversava com a minha irmã sobre tudo, mas Mak me trouxe segurança em contar. Não sabia por onde começar. A levei para tomar café na Kelly, cafeteria famosinha na Times. Um lugar rotativo, pequeno e calmo, parecia aqueles pubs de Londres. Donna surgiu com uma cesta de pães frescos e dois cardápios. Um fato interessante era que o nome verdadeiro de Donna, era Kelly, e ela era chilena. Na batia nem nos ombros da Mak, Taylor ficaria feliz de saber que existia outra pessoa menor que ela na face da terra. Apesar do tamanho, Donna tinha em média quarenta e poucos anos, quando contei para Mak sobre, vi seus olhos caírem sobre a mesa e uma piadinha sobre " produtos Ivone " surgirem entre nós. Não contive a risada.

  — Então, o que rolou com o seu... você sabe. — Mak puxou conversa.

  — Ele pode sair em breve, mas querem testemunhas. Já testemunhei uma vez, mas foi em uma salinha com brinquedos. Não precisei olhar no rosto dele e dizer que ele era o meu pai. — disse eu, com a voz pesada.
 
  Mak tocou minha mão de maneira acolhedora.

   — Ele não pode machucar você.

   — Pode sim.

   Encolhi os ombros.
   Fazia anos que não sabia nada ao seu respeito. Apenas tinha lembranças das quais lutava para esquecer diariamente. Mak expressou um sentimento de compaixão.
   Em seguida esticou a mão com um pedaço da sobremesa tentando me animar. O jeitinho que ela encontrou para me fazer rir me lembrou de como agia com Tata quando ela estava deprê. Estava sentindo falta dela. E isso era estranho, me perguntava como conseguir ficar dois anos longe.

  — Thomas, quanto a Ester? — aquilo foi como uma bomba.

  Ficamos calados, porém Mak insistia para que dissesse algo. Não tinha o que dizer, fazia dias que não a encontrava. Gostaria de esclarecer algumas coisas com ela, inclusive o seu envolvimento com o asqueroso do Otávio.

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