Capitulo 28 - Heranças Indesejadas

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Já era quase bem tarde da noite quando Mary atingiu a Rua dos Alfeneiros

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Já era quase bem tarde da noite quando Mary atingiu a Rua dos Alfeneiros. Vinha de uma longa caminhada pelas ruas da cidade. É claro, nas devidas circunstâncias ela jamais deveria ter sequer posto o pé fora de casa, foi o que os aurores recomendaram que ela fizesse no dia que voltou de Hogwarts para a casa dos Dursleys. Mas ela desobedeceu, por muitas vezes.

Ainda era verão, mas Mary já usava suéteres de manga longa. Na verdade, todas as camisas de mangas curtas foram substituídas por suéteres, casacos e blusas de mangas compridas. Ela tinha mudado bastante nesse curto período de tempo.

As primeiras semanas foram as mais difíceis. Além da tristeza arrebatadora e as crises de choro constantes durante a madrugada, o apetite também se foi. Mary perdeu alguns muitos quilos, Harry também. Mas em Mary pareceu mais evidente, uma palidez tomou sua pele, fazendo os cabelos parecerem mais escuros. As bochechas diminuíram de tamanho, a dando um rosto mais adulto, perdendo a maioria das feições infantis.

Claro que isso também era culpa dos hormônios, tinha crescido, biologicamente e psicologicamente também. O corpo ganhou curvas mais acentuadas e o pudor se aguçou... Não que ela não tivesse a sensação de pudor antes, claro que tinha. Agora só era mais gritante; Começou a ver o próprio corpo de outra forma (e uma delas não a agradava). Ela começou a demorar mais tempo no banho, nas primeiras semanas Harry a conseguia a ouvir chorando no banheiro por longos minutos, mas mesmo quando o choro cessou os banhos demorados continuaram.

Além das mudanças da adolescência e a confusão hormonal, ainda tinha o trauma ferrenho da morte de Sirius. Isso ela e Harry compartilharam, mas Harry pareceu retomar aos poucos a noção da realidade. Mary continuava apática, muito apática. Parecia sempre desinteressada por qualquer coisa que um dia a empolgou. Em tal momento até a tristeza foi substituída por uma frieza impassível.

Quando chegou na porta da casa dos tios, ela abriu a porta devagar e entrou, tirando as botas perto da escada. Os Dursleys viajaram uma semana depois que os Potter chegaram de Hogwarts, meio receosos de que houvesse mais algum ataque de dementadores, como aquele de 1995.

Com os Potter dividindo a casa, ela geralmente passava a maior parte do tempo em silêncio, apenas com o som da TV da sala ligada. Mas nesta noite havia uma voz conhecida vindo da cozinha; Alvo Dumbledore.

— Boa noite, Marianne — o velho cumprimentou-a, assim que ela apareceu no portal da cozinha — Estávamos apenas esperando o seu retorno.

Naturalmente, Mary abriria um sorriso para cumprimentá-lo, mas não o fez. Apenas ergueu, ligeiramente, as sobrancelhas e jogou a bolsa no sofá.

— Desculpe se eu tiver demorado, então. — disse meio sem ânimo, puxando uma das cadeiras da mesa e se sentando. Dumbledore sorriu sem mostrar os dentes. Harry, que também estava na mesa, é claro, batia os dedos ansiosamente na superfície. — A que devemos a honra?

O Conto dos Gêmeos Potter - Marianne Lilian PotterWhere stories live. Discover now