Seja paciente.

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Pedro e João já estavam morando juntos a um mês. E praticamente sozinhos já que a mãe de João nunca parava em casa pois trabalhava fora da cidade, e como ele já era maior de idade deixava os dois tomarem conta um do outro.

Eles eram responsáveis e tudo mais só que... digamos que eram meio selvagens na transa, então quando a mãe de João chegou no fim de semana desse mês para visitar os pombinhos tomou um susto ao ver os dois dormindo no sofá cama sem roupas e a sala completamente uma bagunça, além do quadro de família caído no chão, seu vaso preferido quebrado, o forro do sofá estava jogado de lado, e tinha mais algumas revistas que estavam em cima da mesinha da TV espalhadas por todos os lados, céus aquilo estava um verdadeiro pandemônio.

-AI. MEU. PAI. ETERNO.- Ela exclama deixando a chave reserva da casa cair de sua mão com o susto, e sua voz acaba acordando os dois que levantam num pulo e percebem do porque o assombro da mulher assim que olharam a catástrofe que causaram ontem a noite.

-Mãe eu... Eu posso explicar juro.- João começa levantando as mãos em sinal de redenção, mas ao perceber sua nudes procura rapidamente a coberta que os cobria e colocou em si, olhando para Pedro, que também estava nu, com um comando para procurar algo para se cobrir juntamente com ele. E o mesmo pegou o forro do sofá e colocou sobre si em um ato vergonhoso.- Nós...- Ele continuou- Não fomos nós que causou isso, foi um rato... um rato gigante, uma ratazana, sim sim, ela entrou aqui ontem, mas só conseguimos expulsa-la quando já tinha causado a catástrofe.

-Um rato?-Pedro olha para João confuso, mas o mesmo o retribui o olhar com repreensão.- Sim, um ratão. Ele era realmente assustador.- ele fala com convicção cruzando os braços em convencimento por sua resposta, mas o forro que o cobria cai e ele cora pondo de volta no corpo, sem jeito.

-Sério que vocês vão vir com essa para cima de mim? João eu te conheço, você saiu da minha barriga meu anjo, eu sei quando você tá mentindo. E você Pedro, eu também te conheço a muito tempo e tu sempre vai nas ondas de João.- Ela fala com um certo ar de nostalgia mas ainda com um tom repreensivo.

-Eu entendo que vocês são jovens e estão na flor da idade, mas destruir a casa assim, de um dia para a noite, por favor sejam mais educados na cama pelo amor de Deus.- Ela suspira já mais calma- se não, não irá sobrar nem casa, nem cama, nem sofá, e nem cu para vocês porque tudo irá ficar arrebentado.-  Carla conclui a bronca rindo da situação que os dois se encontravam naquele momento.

-MÃE/TIA- Pedro e João gritam acompanho o riso com certa vergonha com as palavras da mulher.

-O que foi? Tô mentindo? Daqui a pouco eu vou ser obrigada a comprar cadeiras de rodas para os dois. Vocês acham que eu não ouvi os vizinhos comentando do barulho que fizeram? Vocês sabem muito bem que esse povo não perde uma fofoca quentinha, todo mundo do bairro ouviu os gemidos de vocês, que cá entre nós, não foram nem um pouco baixo, ouvi dizer que deu para ouvir até de duas casas mais afastadas...-Ela pausa com um sorriso sacana olhando para os dois- Onde arranjaram tanta disposição?  Durar a noite inteira? Nunca consegui essa proeza.

-Mãe não precisamos saber disso... E-e não foi tão alto assim, foi?-João pronuncia a última frase mais como um murmúrio para si mesmo.

-João, você não se lembra como clamou meu nome ontem? Tava tão prazeroso assim que tu nem percebeu que tom usou?- Pedro fala entrando na gozação juntamente com Carla, mas João logo lhe dá um beliscão para parar.-AI!

-A então quem deu foi meu filho? Tá aí uma coisa que eu nunca imaginei que ele faria.- Carla dá uma risadinha de canto observando os dois.- ele sempre foi do tipo hétero top que não daria para ninguém sabe? Meus parabéns Pedro, ele realmente está na sua.

-Mãe!!! Já chega, eu já tô querendo enfiar minha cara num buraco e não sair nunca mais. E você Pedro, eu lido contigo mais tarde.- João fala.

-Calminha aí, relaxa eu só tava brincando, vem cá dá um beijinho na mamãe vem..- ela abre os braços em um convite que ao ser recusado os cruza e emburra o rosto.- a é? Tá grande demais para dar um beijo na sua mãe??
Enfim vistam-se e arrumem essa zona que fizeram, e um conselho, não saiam hoje, pelo menos esperem um pouco porque os vizinhos não iram esquecer do que passaram ontem a noite tão cedo.

Então sem falar mais nada acataram a ordem da mais velha.
Ao acabarem sentaram no sofá cansados, estava realmente tudo um desastre tão grande que só terminaram nove da noite, como começaram no fim da tarde que foi o horário que acordaram assustados depois de passar o dia inteiro dormindo depois da noite agitada que tiveram.

-Amor?- João fala.

-Hm?- Pedro responde.

-Porque não tenta conversar com sua mãe? Talvez ela já esteja mais calma.-João propõe

-Eu duvido muito disso.-Pedro diz- Eu conheço ela, e sei muito bem, que cada palavra que ela disse foi o que estava no mais profundo de seu coração, e ela sempre fez isso, soltou tudo que pensava, sem nunca pensar em quem iria machucar... Sempre.- Ele fala com certo remorso e uma lágrima escorrendo de seu rosto sem permissão. Apesar de tudo Pedro era muito sensível.

-Tudo bem...- João fala enxugando delicadamente a lágrima com sua mão e depois deposita um beijinho no lugar por onde a mesma passou.- me desculpe por isso meu amor, não queria te ver triste de novo.

-Eu sei...- Pedro deita em seu colo permitindo-se ser consolado.

-Eu te amo.- João abaixa até o ouvido dele e sussurra como se fosse um segredo super especial.

-Eu te amo também...- Pedro responde e solta um ar de alívio que sequer sabia que estava preso. E passaram a noite assim, agarradinhos com carícias de consolação e juras de amor.

Brincando de Colorir 🏳️‍🌈Onde histórias criam vida. Descubra agora