꒰ Eu, Papai e Mamãe ꒱

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No dia 12 de maio de 1991, eu e meu filho nos mudamos de casa. Se houve alguma razão para isso? Sim, havia uma razão.

Eu, Margaret, e meu filho John, morávamos em uma casa na cidade de Minnesota. Todo dia, Margaret acordava toda a casa com sua canção de bom dia. Era linda, ela mesma tinha criado aquela melodia.

Entretanto... tudo aquilo estava fadado a mudar. No dia 22 de abril de 1990, minha esposa sofre u um acidente de carro; isso a deixou em coma por 1 mês... e logo então veio a notícia do seu falecimento.

O meu filho não sabia de nada. Ele era muito apegado à sua mãe, afinal, passaram 5 anos juntos. Por isso, disse a ele que sua mãe estava viajando com os anjinhos, e que ela iria voltar para nós um dia.
Tentei o máximo possível convencer ele, enquanto continha minhas lágrimas.

Passei um tempo em casa com o meu filho durante esses dias difíceis, mas teria que trabalhar uma hora ou outra. Então, tive que contratar uma babá. Me encontrei com ela, conversamos e fechamos um contrato. Como eu sairia cedo para o trabalho, teria que deixar uma chave com ela.

Cheguei do trabalho um pouco cansado e abri a porta. Vi que a babá já havia ido embora, devido ao seu pouco tempo, por ainda ser uma jovem que estudava. Eu atrasei uns 30 minutos, e por isso achei justo ela ter ido.

Subi as escadas indo falar com meu filho; ele estava feliz. Perguntei o motivo de sua felicidade e ele disse: "– A mamãe voltou." Dei um sorriso e disse a ele: "– Sim, filho. Mas ela está um pouco diferente, seja legal com ela, tá bem?" Ele, feliz, me respondeu que sim, e que iria ser legal com ela por ser a mamãe dele.

Mais uma vez o dia paira sobre nós. Saio bem cedo, vou até o quarto do meu garoto, dou um beijo na sua cabeça e saio à trabalho.
Os dias foram se passando e meu filho se apegou bastente à babá. O mesmo sempre fala que brincou bastante com ela, dizendo que ela cantava para ele, como sempre fazia todos os dias.

Tinha se passado um bom tempo, quase um ano que minha falecida esposa tinha nos deixado por conta daquele trágico acidente.
Consegui um dia de folga da empresa, então liguei para a babá para avisar à ela que não precisaria vir hoje.

Mas, ao conversar com ela... a mesma me falou que só tinha ficado uma vez na casa, e que uma mulher disse que os serviços dela não eram mais "úteis". Eu me assustei.
Subi para o quarto do meu filho e perguntei para ele: "– Filho, fala para o papai, quem estava cuidando de você?"
Ele olhou para mim, com uma cara de desentendido, e me respondeu: "– Papai, quem cuida de mim é o senhor, meu papai, e a senhora, minha mamãe", olhando para o meu lado direito, no quarto.

Eu olho e não vejo nada, então eu relaxo e tento dormir, afinal, amanhã é meu dia de folga, pensarei melhor depois de uma noite de sono.
A manhã chegou. Eu abri os meus olhos assustado. Escuto a canção de bom dia que minha esposa cantava todas as manhãs! – Que porra tá acontecendo? Disse isso para mim mesmo.

Me levanto da cama e mais uma coisa estranha e bizarra acontece. Uma voz na cozinha disse: – Filho? Você poderia vir aqui na cozinha?
Aquela voz... era a minha voz... mas eu estava dentro do quarto. O meu filho a respondeu: "Estou indo, papai." Isso confirmou que eu não tinha imaginado coisas.

Eu grito do meu quarto: – Filho, não sou eu, fique ai no seu quarto.

Encontro meu filho no quarto, com os braços machucados, ele me disse que não queria mais morar com sua mãe, que ela tinha o castigado por ele ter me falado que ela estava cuidando dele.
Depois disso, nós saimos da casa.

Estamos em outra cidade agora, em uma nova casa. No entanto, o meu filho continua estranho, mesmo com tudo aquilo que tivera acontecido outrora, ele indagou:

"— Papai, a mamãe não deveria ter ficado na outra casa?"

Ele disse enquanto olhava para um cômodo escuro daquela casa, que ainda estava vazia...

† 𝐇𝐨𝐫𝐫𝐨𝐫 †Where stories live. Discover now