[17] Folha de acanto

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- Me desculpa, Jungkook.

É a décima vez que Jimin me pede desculpas, enquanto deixa alguns selares pelo meu rosto.

Abraçados, os dois de pé, não tive coragem de propor sentarmos com receio de não ter mais os seus toques em meu corpo. Ele continua abraçado a minha cintura, enquanto beija minha bochecha repetidas vezes, desce até meu queixo e vai até a ponta do meu nariz, finalizando com um selinho nos meus lábios.

- Eu já disse que desculpo, hyung...

- Mesmo assim, eu te falei coisas ruins. - ele fala, dando mais um selinho nos meus lábios. - Eu me senti pressionado ontem e acabei falando aquelas coisas... Que eu estava bêbado e por isso tinha te beijado... Que você seria a última pessoa por quem eu me apaixonaria... - ele esfrega o nariz no meu, delicadamente. - Eu posso garantir que sabia muito bem o que estava fazendo quando te beijei e sobre isso de se apaixonar... Eu não sei o que é me apaixonar porque nunca senti nada parecido, por isso falei aquela besteira...

É óbvio como Jimin está abalado pelas coisas que disse e, por mais que eu já tenha dito algumas vezes que está tudo bem, ele continua se sentindo mal. Sua fala acerca de se apaixonar me faz engolir em seco, pensando em como Jimin ainda não entendeu que o que eu sinto por ele vai além de uma simples atração.

Eu nunca disse que gostava dele, apenas comentei que ele me fazia sentir coisas diferentes e que queria beijá-lo. Quando fiz essa pequena declaração em nosso quarto, eu mesmo não entendia os sentimentos que Jimin me traz, então, fez sentido para mim essa fala. Hoje, eu sei que gosto dele e gosto muito. Porém, ele ainda não sabe disso.

E não será algo que falarei, pelo menos não agora.

Sorrindo pequeno, seguro seu rosto com minhas duas mãos, amassando minimamente suas bochechas e formando um bico em seus lábios bonitos.

- Eu também te disse coisas ruins e você me desculpou, não foi? - ele assente. - Então, vamos tentar não nos magoar... E o que passou, passou. Não podemos mudar o passado, apenas o presente.

- Vamos tentar não nos magoar mais? - ele repete o que digo e assinto, soltando seu rosto com delicadeza e apoio minhas mãos em seu pescoço.

- Eu sei que é difícil... Em algum momento, eu acho que é inevitável, acabamos magoando as pessoas ao nosso redor. - confesso, sentindo o carinho que suas mãos fazem em minha cintura. Quase fecho os olhos, mas os mantenho fixos em seus olhos. - Mas podemos nos policiar e tentar não usar palavras tão ruins, não?

- Você está certo. - ele sorri pequeno para mim, me roubando mais um selinho. - Mas, ainda assim, me desculpa...

Solto uma risada, dando um tapa fraco em seu peitoral e ele sorri comigo, olhando para algo atrás de mim.

- Então esse foi o quarto que você viveu durante a escola?

Jimin solta minha cintura e quase reclamo da falta de contato entre nós dois, mas fico calado sabendo que posso soar desesperado. Ele caminha para perto da estante de livros e filmes que tenho e os olha, cuidadosamente.

- Sim... - falo, observando o tom de amarelo pastel nas paredes do meu quarto. Além da estante que tenho com alguns livros e filmes, há algumas prateleiras com, principalmente, objetos relacionados a fotografia e também a economia.

Jimin caminha até uma dessas prateleiras, segurando um enfeite em miniatura do símbolo de economia. Ele sorri e diz:

- Por que não levou isso para o nosso quarto? - só de ouvir ele falando nosso, meu coração acelera algumas batidas. - Combina com a faculdade, já que é o símbolo do nosso curso.

Antes do Pôr do Sol • jjk + pjmWhere stories live. Discover now