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Ficamos conversando a tarde inteira, ela me ensinou a fazer brigadeiro branco e normal, já sinto que posso até ligar o fogão sozinha e tentar essa proeza, mas vou com calma pra não botar fogo na casa

Estávamos conversando e meu celular começou a tocar

Ligação

X: onde você está? - escutei
Eu: To bem graças a Deus, obrigada por perguntar - falei brincando
HR: engraçadinha, quer ir comer alguma coisa no bar do seu Antônio? - ele perguntou
Eu: agora? - perguntei de volta
HR: sim, quer que eu te busco? - ouvi umas conversas em volta - Gabriel tá mandando um beijo e dizendo que está com saudade, vou dar um cacete nele, espera aí - ri
Eu: Estou na Renata, não precisa me buscar, vou subindo devagar acho que consigo chegar sozinha, preciso aprender a andar sozinha também, vai ser um bom teste
HR: pode me ligar se acabar se perdendo, sei vai acontecer - falo debochando
Eu: até daqui a pouco - desliguei o telefone

Fim da ligação

- acha que se eu me perder da sua casa até o bar do seu Antônio vai ser muito vergonhoso pra mim? - perguntei e Renata gargalhou

Como uma boa amiga que ela é me ajudou nessa, desenho um mapa meio confuso em uma folha e eu tirei foto com o celular, vai ser vergonhoso quando alguém ficar sabendo disso, mas vocês vão contar? Porque eu não, levo essa pro túmulo

Me despedi dela e comecei a subir o morro devagar, o sol já estava se pondo, fui olhando igual besta pro celular pra me certificar que não ia me perder e trombei em alguém

- opa, desculpa aí - falei levantando o rosto pra ver quem era, duas garotas me olharam

- não, eu não desculpo - a que eu esbarrei falou - o que foi em garota, tá ocupada demais com essa porcaria de celular que não olha por onde anda? - me empurrou fazendo meu celular cair no chão

- eu já pedi desculpas garota - falei encarando ela e me abaixando pra pegar meu celular, mas a outra foi mais rápido e chutou pra longe

- eu não ligo pra porcaria das suas desculpas - a garota falou sorrindo sem nem um pouco de graça - eu to reconhecendo seu rosto, não é a garota que beijou o HR? - perguntou me olhando

- te interessa? - perguntei encarando ela

- fala direito comigo piranha - me empurrou com força na parede fazendo com que eu batesse com força a minha cabeça, fui parar no chão

- você é louca? - perguntei vendo tudo meio balançando apoiada no chão

- cala a boca - chutou minha barriga e eu senti que ia colocar tudo que tinha comido pra fora

A outra me puxou pelo braço me arrastando no chão e começou a bater no meu rosto, não sabia o que fazer e tudo parecia girar, estava sentindo tudo começar a ficar mais escuro até que escutei o barulho de um tiro e meu coração pareceu que ia sair pela boca

- vocês tão ficando loucas porra? - ouvi o grito alto, minha visão ficou mais bagunçada ainda

- não é isso que está parecendo...- ela delas falou gaguejando

- cala a boca filha da puta, cala a porra da boca - escutei e a garota gritou, senti duas mãos tocarem meu rosto devagar, forcei as vistas bagunçadas e vi HR me encarando e ele parecia preocupado e puto ao mesmo tempo - olha pra mim ruiva, aguenta firme tá? - tentei balançar a cabeça mas doía, então só pisquei um pouco mais forte

Escutei mais algumas coisas mas não entendi direito o que estava acontecendo, senti que dois braços me levantaram e apaguei.

Morro do alemãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora